Os melhores CDs de Metal de 2011

0

Dois mil e dez foi um ano musicalmente divertido para mim. Foram tantos discos legais que eu simplesmente não consegui escolher somente cinco. Já 2011, sei lá, não foi tão extraordinário assim. Tivemos bons lançamentos, mas não tantos quanto em 2010. E agora, sem mais enrolação, apresento os cinco melhores CDs do ano segundo a minha reles opinião:

5 – BURZUM – FALLEN

De todos os discos que falo aqui, este certamente é o mais difícil porque é feito para um público muito específico. Acho que meu Top 5 (que acabou virando um Top 10) do ano passado não atendeu bem o público porque falei muito de Black Metal. Acontece que, popular ou não, o Black Metal é um dos poucos (senão o único) gêneros do Metal que ainda se reinventa e que possui originalidade, e eu valorizo bastante as duas coisas desde que elas venham acompanhadas de qualidade.

Polêmicas à parte, Varg Vikernes é um compositor de mão cheia. O anterior, Belus, estava na minha lista do ano passado e é difícil o cara escrever um disco que eu não goste. O Burzum sempre foi a trilha sonora perfeita para se fechar os olhos e viajar (para lugares assustadores, é claro). Fallen tem alguns elementos diferentes, como mais vocais limpos, então pode até ser que agrade mais gente dessa vez.

4 – WHITESNAKE – FOREVERMORE

Acho que só americano acha que Whitesnake é Metal, mas, como é um disquinho mais ou menos pesado e muito legal, abri uma exceção. Ei, é minha lista. Eu dobro as regras do tempo, do espaço e do Metal o quanto quiser aqui! Sorte de vocês que eu não gosto de Roberto Carlos.

O Whitesnake ficou uma pancada de anos sem lançar um disco, e quebrou o jejum com o meia boca Good To Be Bad. Assim, confesso que eu não estava nem um pouco ansioso pra ouvir o Forevermore. É sempre legal quando a gente vai sem expectativa conhecer uma coisa e se surpreende. A música Forevermore é a melhor coisa que o Whitesnake fez desde, sei lá, 1989, e mesmo sem contar com ela tem muitas outras bem legais no disco.

3 – AMON AMARTH – SURTUR RISING

Twilight Of The Thunder God foi um tanto decepcionante para mim, e acho que para vários fãs da banda. Ainda mais depois do ótimo With Oden On Our Side (que eu até resenhei para o DELFOS há uns duzentos anos).

Surtur Rising é bem legal, mais agitado, pegajoso e variado que Twilight. Pegajoso, sim, já que o Amon Amarth sempre fez um Death Melódico para lá de marcante. Não tem nada de errado nisso se a coisa toda for divertida, certo?

2 – ANTHRAX – WORSHIP MUSIC

Antes de qualquer coisa, devo dizer que sou um grande fã do John Bush. Para mim, o cara é o melhor vocalista de Thrash de todo este mundão de meu Dio. Acompanhei as idas e vindas dele com alguma expectativa de que ele voltasse a ser o vocalista oficial da banda, mas acabou não acontecendo. Bem, o Belladonna também não é de se jogar fora, então tava valendo.

Worship Music é o primeiro disco dos caras desde 2003, e segue bem a linha do We’ve Come For You All: consegue ser moderno e legal ao mesmo tempo. O Joey Belladonna, aliás, soa bastante parecido com o John Bush, já que não canta mais tão agudo quanto antes (ah, a idade). Um discão, melhor e mais marcante do que o resto do Big Four tem lançado nos últimos tempos.

1 – OPETH – HERITAGE

O disco anterior deles se chama Watershed, ou seja, divisor/divisão de águas. Seria um nome bem mais apropriado para este aqui, já que a banda nunca escreveu nada tão diferente quanto o que ouvimos neste Heritage. Uns anos atrás, o Opeth lançou, com um intervalo pequeno de tempo, a dupla Deliverance/Damnation. Um era pesado, e o outro era bem tranquilo, sem vocais guturais. Heritage é assim, também: mais melancólico e contemplativo, como deitar num gramado em um dia nublado e pensar na vida.

O nome Heritage não é à toa, já que a sonoridade é bastante parecida com as bandas progressivas dos anos 70 relativamente obscuras que Mikael Akerfeldt adora tanto. Um disco complexo à beça e que não tem sido muito bem visto pelos fãs mais radicais da banda pela ausência de guturais e por alguns críticos pela falta de conexão entre as músicas. Eu gosto dos vocais limpos do Mikael tanto quanto dos guturais, e essa falta de conexão é subjetiva. Bem, eu adorei o que ouvi aqui. Originalidade, como eu já falei, é algo que anda muito difícil de ser encontrado nesta mídia que amo tanto chamada música, e ouvir algo novo de uma banda tão incrivelmente talentosa quanto o Opeth é sempre bem vindo. Ah, sim, favor não confundir originalidade com o troço presente no pior do ano. Originalidade precisa de qualidade junto, entendeu?

D&D – Decepção Delfiana: CAVALERA CONSPIRACY – BLUNT FORCE TRAUMA

O primeiro deles, Inflikted, foi um disco bem legal. O Max é conhecido por ter a boca grande para falar dos novos lançamentos dele, mas ainda assim eu acreditei quando ele disse que o segundo disco dele com o irmão seria uma monstruosidade ainda mais monstruosa que o primeiro. É, não foi bem assim.

Não é que seja um disco ruim, mas o primeiro soava algo como “se o Max ainda estivesse no Sepultura, seria tipo isso”, e este soa mais hardcore (que está longe de ser um gênero que gosto). O delfonauta pode adorar hardcore, é claro, e achar que esse disco é incrível. Coloquei o dito cujo na decepção porque não rolou muita continuidade entre um disco e outro, e isso não foi muito bem vindo nesse caso.

Pior disco do mundo e Menção Horrorosa: “METALLICA” E VELHO FALANTE – LULU

Alguém pode dizer que isso é uma obra de arte para parecer eclético e inteligente, tipo aquela história da roupa nova do rei. Eu, na minha ignorância máscula, digo que isso é uma longa piada de uma hora e trinta minutos com alguns vestígios de música. Uma vez li que o Kirk percebeu que as músicas do And Justice For All entediavam as pessoas. Uma decisão artística genial lançar esse remédio tarja preta em forma de CD depois dessa constatação.

Se você quer contar uma história e escolheu uma mídia para isso, faça uma coisa legal. Não adianta, por exemplo, você ter uma ótima história e fazer um filme horrível com ela. Se a mídia escolhida foi música, que a música seja boa. E, sinceramente, também não vejo muita poesia nessas letras não. Gostei mais de St. Anger do que do Lulu, já que ao menos eu consigo rir da ruindade das músicas e do som da bateria. Rir de Lulu é tipo rir de um velho com Alzheimer. Concluindo: está aqui a coisa mais chata que eu já experimentei no mundo do entretenimento.

Os comentários estão abertos para quem quiser dizer “too true for me”. =)

E ainda essa semana você confere Os melhores shows de 2011. Não perca.

Galeria