Alvin e os Esquilos 3

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Putz, meu amigo delfonauta. Se ao menos eu tivesse inventado uma desculpa melhor quando o Corrales enviou o convite para a cabine deste filme, não precisaria cortar meus pulsos após terminar de escrever essa matéria. Eu nunca tinha visto nenhum dos outros dois Alvin e os Esquilos e este era um aspecto da minha vida do qual me orgulhava muito. Afinal, sem saber absolutamente nada sobre eles, os havia colocado na minha not to do list, que possuem conselhos importantes para meus momentos críticos de indecisão, como “nunca enviar uma foto que me mostra vestido de mulher para toda a equipe delfiana”.

Vou partir do princípio de que o delfonauta não sabe absolutamente nada sobre os outros filmes e muito menos sobre os seus personagens. Se você sabe, preciso perguntar: no que você estava pensando? Uma coisa é ir sofrer por obrigação profissional, outra é pagar por isso. Devaneios à parte, temos seis esquilos, três machos e três fêmeas (chamadas Esquiletes, elas têm as mesmas características que os machos). Alvin é o protagonista que só apronta, Simon é o nerd inteligente que usa óculos e o Theodore é o gordinho fofo, mas burro. De todos os seis esquilos, apenas o Theodore é realmente apertável.

Desta vez, os seis esquilos estão em um cruzeiro luxuoso para se apresentarem em uma competição de música internacional. Bah, meu, os bichos cantam, véi! Mais do que isso, eles são celebridades. Alvin tem uma reputação semelhante ao Axl Rose e seu puxador de saco bonzinho empresário Dave Seville precisa controlar os ânimos do esquilo para que ele não apronte altas confusões no navio. Lógico que não dá certo, e assim todos acabam perdidos em uma ilha deserta.

É difícil um filme que mistura atores reais com personagens animados me agradar. As atuações geralmente ficam muito forçadas, e isso acontece aqui. Não só isso, mas esses longas costumam exagerar na preocupação de ensinar lições de moral às crianças (no caso deste filme, o aprendizado da vez é responsabilidade).

Isso é bastante chato para qualquer pessoa mais velha, que já sacou todas essas técnicas manjadas do cinema estadunidense. Não sei exatamente por que esses filmes infantis estão tão preocupados em ensinar alguma coisa às crianças. Eles deveriam se preocupar em fazer produtos divertidos para os pequenos e deixar que os pais sejam responsáveis pela educação, oras. Ou então façam isso de uma maneira mais original ou com sentimento de verdade.

A cabine realizada para a imprensa permitiu que os jornalistas levassem seus filhos, o que pareceu bem legal. Até pensei que seria interessante assistir ao filme com a presença do público mirim, mas eles reagiram até menos às piadas de Alvin e Cia do que os jornalistas da sala (!). Não sei se é um problema com a juventude de hoje em dia, que perde a inocência muito rápido, ou se o filme é ruim demais até mesmo para os pimpolhos. Talvez uma mistura dessas duas coisas.

Até o que é bom no longa é ruim. Há algumas referências a 007, Senhor dos Anéis, entre outras, mas são todas tão batidas e óbvias que o máximo que elas conseguiram tirar de mim foi um sorriso amarelado. Quem conseguiu o meio Alfredo da nota foi praticamente o Theodore sozinho, que de tão fofinho, em algumas cenas conseguiu evitar que minha vontade de me matar fosse mais forte do que eu.

Alvin e os Esquilos 3 é um produto ruim, que segue todos os caminhos óbvios do gênero e não consegue ser divertido durante a maior parte do tempo. Posso ter parecido dramático durante a resenha, mas foi apenas para deixar claro que a DELFOS Corporation Inc. não recomenda este filme. Agora dá licença que vou ali enfiar minha cabeça dentro do forno.

Curiosidades:

– O diretor Mike Mitchell também dirigiu Shrek Para Sempre 3D, que é mil vezes melhor do que Alvin e os Esquilos. Se você quer ver algum filme dele, escolha o quarto Shrek.

– Quando eu disse no começo que deveria ter pensado em alguma desculpa melhor para evitar essa cabine, é porque realmente tentei dar uma desculpa. Falei ao Corrales que não havia assistido os dois últimos filmes, e ele respondeu que também não e que nós dois estávamos na mesma (imagine ele sorrindo com cara de malvado enquanto fala isso). Devido a experiências anteriores, não sei se acredito nele.