The Deadly Tower of Monsters

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Filmes B e antigas ficções científicas são famosos pela criatividade resultante da falta de recursos para criar monstros, alienígenas e efeitos especiais. Isso responde por boa parte da graça, e é por isso que estas produções fazem tanto sucesso entre os nerds.

Muitos jogos já seguiram pelo caminho de filmes B. Wet, Shank e tantos outros copiaram a estética ou a linguagem para criar uma nova experiência. Porém, The Deadly Tower of Monsters traz algo novo à proposta. Especialmente à narrativa.

COMENTÁRIOS DO DIRETOR

O que torna este um jogo tão divertido é que ele finge não ser um jogo. Na verdade, estamos acompanhando um filme dos anos 70 chamado The Deadly Tower of Monsters, que não fez sucesso comercial, mas acabou se tornando cult. Este filme está sendo relançado em DVD e, enquanto você joga, o diretor do longa faz comentários falando sobre os bastidores da produção e como os “impressionantes” efeitos visuais foram alcançados.

Obviamente, todo esse clima fanfarrão que vemos em filmes B ou nos Star Treks antigos está presente na estética do jogo. Por exemplo, em determinado momento você encontra um novo monstro, e o diretor comenta que o bicho foi criado prendendo um aspirador em um cachorrinho. E, obviamente, o design do monstro deixa isso extremamente claro.

Em vários outros inimigos, o design é cuidadosamente elaborado para parecer pessoas usando fantasias, e é possível até encontrar macacos usando relógios, pois os atores esqueceram de tirar.

Alguns monstros maiores, como os chefes ou dinossauros, são animados para parecerem ter sido feitos com stop motion, e detalhes como esse dão muito charme à jogatina.

JOGANDO UM FILME

O jogo em si é bem simples. Trata-se de um jogo de ação com visão isométrica. Você pode matar os monstros usando espadas ou armas de fogo. É bem simples mesmo, boa parte da graça vem mesmo da sua excelente proposta.

A campanha, que durou para mim seis horas e 30 minutos, coloca os três heróis (você pode alternar entre eles) escalando a Torre Mortal de Monstros que dá nome ao filme – e ao jogo. E essa torre é alta, delfonauta. Quando o jogo estiver terminando, você estará literalmente no espaço, e ao olhar para baixo consegue até ver o planeta onde tudo começou.

Há também alguns leves momentos de plataforma, no qual você deve pular de um lugar para o outro para continuar subindo a torre, mas eles são bem leves, o foco é mesmo na ação.

Como jogo em si, ele até deixa um pouco a dever. Falta um certo grau de polimento e aposto que você vai xingar a câmera fixa mais de uma vez na sua escalada. No entanto, é tudo tão divertido e tão descompromissado (além de ser um joguinho bem fácil e tranquilo de chegar ao final), que não dá para não simpatizar com ele. E as batalhas com os chefes são todas muito legais, especialmente pelo design dos monstros.

Cá entre nós, eu gostaria muito de ver este mesmo conceito, no qual os monstros são pessoas fantasiadas ou stop motion em um jogo AAA com gráficos turbinados. Quem sabe um dia?

Por enquanto, o maior pecado de The Deadly Tower of Monsters é mesmo a ausência de um modo cooperativo. Já tem três heróis (um homem, uma mulher e um robô, na melhor tradição Alien Storm – quem lembra?), e o gênero de ação isométrica e sua jogabilidade simples simplesmente gritam por uma partida entre amigos. Deixaria o jogo ainda mais divertido do que já é, além de aumentar bastante seu fator replay, que é um aspecto no qual ele deixa um pouco a dever.

A TORRE MORTAL DE MONSTROS

Apesar de estar longe de ser perfeito, The Deadly Tower of Monsters é um joguinho simpático, engraçado e divertidíssimo, além de ser baratinho. Com tudo isso a seu favor, e ainda a homenagem a filmes B e ficção científica antiga, é fácil recomendá-lo a qualquer nerd que se preze.

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