Eu gosto muito da série Missão: Impossível. Curiosamente, embora esta seja a quarta crítica da série publicada no DELFOS (links ao final da matéria), é a primeira vez que escrevo uma crítica Missão Impossível. E desta vez com o abocanhado título Missão Impossível Acerto de Contas Parte 1. Bora nessa?

MISSÃO IMPOSSÍVEL ACERTO DE CONTAS PARTE 1

Missão Impossível 7, Missão Impossível Acerto de Contas, Missão Impossível Acerto de Contas Parte Um, Tom Cruise, Rebecca FergusonOutra curiosidade é também uma confissão. Ao mesmo tempo que acho Missão Impossível deveras divertido, eu não assisti a todos. Na real, nem lembro a quais exatamente assisti. Mas lembro que gostei de todos os que vi. E Acerto de Contas Parte 1 não é exceção. Vamos à sinopse.

O vilão da vez é uma IA. Pois é, um programinha. O programinha em questão tem o poder de alterar absolutamente tudo que é digital. Ou seja, radar, contas bancárias, câmeras de segurança. É um poder absurdo, e todos os governos do mundo estão querendo controlar o desgramado.

E aí entra a pegadinha. Embora tenha todo o jeito de ser uma ferramenta usada por um vilão que mexe nos bigodes enquanto acaricia um gato, o vilão é o próprio programinha. Pois é, o bichinho criou consciência, então outro nome possível para Acerto de Contas Parte 1 seria Missão Impossível Skynet.

MISSÃO IMPOSSÍVEL SKYNET

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Sinceramente, este negócio do algoritmo ser consciente me afastou um pouco. Eu engulo perfeitamente todas as deliciosas baboseiras que Missão Impossível Acerto de Contas solta a todo momento (a cena do paraquedas é puro deus ex machina). Mas sei lá, me parece que o programa ser uma ferramenta a ser vendida por um terrorista ou algo do tipo teria mais a ver com a pegada da série até agora.

O ponto da Missão Impossível, se o Tom Cruise optar por aceitá-la, é encontrar duas metades de uma chave. Ninguém sabe como e onde usar a chave, mas é aceito por todos os personagens que usá-la permite destruir ou controlar a IA malvada. O governo dos EUA, e todos os outros, querem usá-la para dominar o mundo. Tom Cruise e seu grupo de heróis bonitões acha que isso é poder demais para qualquer governo, então querem destruí-la.

Esta é a pegada para uma série de perseguições e cenas de ação embasbacantes e maravilhosas, em que os heróis são perseguidos de todos os lados. Agentes do governo, polícia, e até minions da inteligência artificial estão contra eles.

PERSEGUIÇÕES E EXAGEROS

A cena da perseguição em ruas apertadas da Europa é um bom exemplo disso. Os heróis estão fugindo. Fugindo de quem, você pergunta? Aparentemente do mundo todo, já que cada vez que viram a esquina um novo grupo de antagonistas aparece.

Isso funciona muito bem para um filme de ação descompromissado. Missão Impossível Acerto de Contas Parte 1 é emocionante, engraçado e extremamente bobo. E ao contrário do que pode parecer, eu digo tudo isso da forma mais positiva possível. Manja aquela filosofia Dare to be Stupid? É por aí.

Missão Impossível Acerto de Contas Parte 1 é tão bobo que você sequer questiona as cenas mais absurdas do filme – como a supracitada do paraquedas. Tem até um ponto que é literalmente uma adaptação para o cinema daquela famosa cena da escalada no trem pendurado de Uncharted 2.

MISSÃO IMPOSSÍVEL ACERTO DE CONTAS PARTE 1: E A PARTE 2?

E daí chegamos no grande vilão em potencial da história. Parte 1? Pois é, Missão Impossível Acerto de Contas Parte 1, apesar de beirar as quase três horas de duração, não é uma história completa. Pelo menos, ao contrário de Através do Aranhaverso, você já sabe disso pelo próprio título, antes mesmo de comprar o ingresso.

E aí volto naquela minha velha crítica. Sou mais do que a favor que as histórias usem o tempo necessário para serem contadas. Porém, se a sua história dura seis horas, talvez o cinema não seja a forma mais apropriada de contá-la. Além de ser cansativo ficar três horas na poltrona, sem pausa para um xixi camarada, esperar um ano ou mais pelo próximo episódio é simplesmente um assassino de narrativas.

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Todas as imagens de divulgação que encontrei com qualidade são da mesma cena. Mas a cena é mais longa do que você imagina.

Dito isso, Missão Impossível Acerto de Contas Parte 1 até faz um bom trabalho dentro dessas limitações. O filme é extremamente divertido e emocionante, a ponto que você não sente que passou quase três horas assistindo. O ponto de corte também foi bem escolhido, deixando claro que a história não terminou, mas sem dar aquela sensação de coito interrompido que atrapalhou tanto Através do Aranhaverso.

Então minha opinião é que Missão Impossível Acerto de Contas Parte 1 seria mais confortável de assistir como uma série de TV, mas é tão legal que sem dúvida merece seu tempo. Se não consegue esperar ir para o streaming, mas tem uma bexiga de aço abençoada por Odin, certamente vale o ingresso.

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