Os Descendentes

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2012 começou bem. A remessa final de filmes de 2011 que “sobraram” para janeiro é bem melhor do que as porcarias que fomos obrigados a assistir durante o ano todo. Os Descendentes, então, é tão bom que fui obrigado a agraciá-lo com o meu primeiro Selo Delfiano Supremo. Pois é, e eu achava que iria estrear essa honraria com uma resenha de um CD do King Diamond ou algum disco underground de metal extremo. =P

George Clooney (Matt King) é um pai de família no Havaí e tem uma situação deveras complicada para lidar: sua esposa está em coma e ele precisa cuidar das duas filhas, e isso está bem longe de sua especialidade. Fora isso, o advogado, junto com diversos de seus primos, é herdeiro de uma quantidade absurda de terras que podem ser tiradas de sua família caso ele não as venda. Porém, ele detém a palavra final sobre isso, e só a sua assinatura pode levar os negócios adiante.

Os Descendentes é aquele tipo de filme com o qual é muito fácil se identificar. Todos os problemas abordados no longa são facilmente encontrados em qualquer família normal, seja ela qual for. Ao contrário do que a sinopse faz parecer, o filme explora muitos, muitos outros temas sensíveis além do coma, que vão te sensibilizar mesmo que você não seja um homem ao final dos quarenta anos como o protagonista.

Diferente de filmes como O Planeta dos Macacos: A Origem, Os Descendentes mostrou muita coisa que mexeu comigo. Cheguei ao ponto de precisar me segurar para não chorar durante toda a sessão (e para falar a verdade, depois dela também). 2011 foi um dos piores anos da minha vida graças ao maldito TCC, mas em especial por vários problemas pessoais que passei, alguns que têm a ver com o que foi mostrado no longa. Mesmo as situações que não aconteceram comigo me afetaram profundamente, porque elas me lembravam de alguma pessoa muito próxima que já tinha passado por aquilo.

Como todo drama, há muito humor aqui para que a gente goste e se importe com os personagens, e eu ri bastante durante todo o filme também. Na verdade, esse é o grande forte de Os Descendentes: ele faz você sentir raiva, alegria e tristeza alternadamente e sem descanso e, pelo menos no meu caso, de maneiras tão exaltadas que o filme me conquistou com pouquíssimo tempo de tela. Força do roteiro, que é super bem construído, e também das atuações, todas impecáveis. Além disso, a direção e trilha sonora são muito boas e só acrescentam à forte “transmissão de sentimentos” do longa.

É claro que há alguns problemas, porque nada é perfeito neste mundo (ou eu que sou muito chato com essas coisas, como dizem quase todas as pessoas que me conhecem). É um pouco fácil saber como cada problema será resolvido ou até como o longa vai terminar, além de alguns personagens serem um pouco estereotipados (como é o caso do hilariante namorado burro de uma das filhas). Mas para falar a verdade, isso nem me incomoda, porque o que é mais importante em um drama, ou seja, fazer você sentir o que os personagens passam com uma narrativa que não te cansa, é cumprido muito bem por Os Descendentes.

Você vai gostar mais ou menos de Os Descendentes de acordo com suas experiências e sua sensibilidade, mas de qualquer forma, eu recomendo levar uma caixa de lenço caso queira assisti-lo. Mesmo que o seu gosto não englobe muito dramas, recomendo uma passada no cinema. Depois aparece aí nos comentários e conte pra gente qual foi a situação que mais te comoveu no filme.

Curiosidades:

Os Descendentes foi produzido pela Fox Searchlight Pictures, que é a divisão da Fox que permite filmes mais autorais e com mais sentimento. O Corrales falou sobre ela na matéria sobre 5 coisas que você não sabia sobre o cinema.

– Não assisti a outros filmes do diretor Alexander Payne, mas outro longa dele parece ter características semelhantes a Os Descendentes: Sideways – Entre Umas e Outras.

– O Corrales afirmou que gostaria de ver esse filme, mas conhecendo o mariquinha que ele é, eu não recomendo que ele assista, porque teríamos mais uma semana de depressão ditatorial envolvendo ursinhos de pelúcia e músicas emo.

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Nota
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Daniel Villela
Daniel adora heavy metal, rock progressivo e Frank Zappa, jogos de FPS, aventura, plataforma e RPG, é fanático pelo MCU, curte séries de TV como Mad Men, Breaking Bad, Demolidor, 24 Horas, Friends e The IT Crowd. No lado profissional, é formado em Jornalismo, pós-graduado em Comunicação Empresarial e trabalha na área de Marketing.
os-descendentesPaís: Estados Unidos<br> Ano: 2011<br> Roteiro: Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash<br> Elenco: George Clooney, Amara Miller, Shailene Woodley, Beau Bridges, Judy Greer, Beau Bridges, Matthew Lillard e Nick Krause.<br> Produtor: Jim Burke, Alexander Payne e Jim Taylor<br> Diretor: Alexander Payne<br> Distribuidor: Fox<br>