300 zumbis morgando na frente de Deacon. Eles ainda não o viram. O herói aproveita a oportunidade para espalhar bombas de proximidade pelo cenário. E então, ele se aproxima. Os miolentos o avistam, e começam a correr na direção dele. Sim, estes zumbis correm. A partir daí, é um Deus nos acuda, mas eventualmente ele consegue matar todos os mortos e cumprir a missão.

Foi assim que o demo de Days Gone rolou quando o lead game designer Ron Allen estava jogando. Minha experiência foi bem diferente, especialmente porque eu não tenho paciência para preparar emboscadas. No videogame, eu sou muito mais Rambo do que Solid Snake.

Days Gone, Days Gone hands on, Delfos
Foto: Carlos Eduardo Corrales

Minha preparação para encarar esta horda se limitou a selecionar o coquetel molotov e jogar todos os que tinha no inventário em rápida sequência na direção dos infectados. Depois disso, a ideia era sair correndo e atirando para trás. Tentei duas vezes. Na primeira, falhei a missão porque saí da área pré-estabelecida. Na segunda, minha stamina acabou, então eu não podia mais correr. Um zumbi me segurou e logo em seguida dezenas de outros me pegaram para um saudável gangbangGame Over.

DAYS GONE HANDS ON

Mas esta foi a segunda missão que eu experimentei em Days Gone. A primeira foi bem mais suave. Nela, eu precisava invadir um posto de gasolina em busca de combustível. No caminho, encontrei uns zumbis crianças, que o jogo chama de “lagartixas”. Aparentemente, eles só atacam se você está morrendo ou se invadir seus territórios. Eu os matei por esporte.

Também pude testar o stealth no caminho para o posto. Admito que, dentre os grandes exclusivos desta geração, Days Gone é o que menos me empolga. Eu acho que ele vai ser legal, mas convenhamos, zumbis em mundo aberto é algo bem batido nos games. Dito isso, a sensação de controlar Deacon e matar os inimigos é bem boa, mostrando que pelo menos o gameplay de Days Gone parece ser bacana.

Days Gone, Days Gone hands on, Delfos
Foto: Carlos Eduardo Corrales

Depois de pegar o combustível, meu objetivo mudou. Agora precisava salvar um amigo. Fui na direção do waypoint e encontrei três humanos torturando meu miguxo. Isso é inaceitável. Eles ainda não tinham me visto, então levantei minha arma e atirei em todos antes que eles pudessem reagir. Pois é, minha pintudice foi tamanha que eu acabei concluindo o objetivo sem ter chance de avaliar como o combate contra humanos se diferenciava daquele com mortos vivos.

A APRESENTAÇÃO

Antes do hands on, houve uma breve coletiva, mediada por Luciano Amaral e com a presença do game director Jeff Ross e do lead game designer Ron Allen. Por estar muito próximo ao lançamento oficial, não houve muitas novidades na conversa. Eles falaram de suas inspirações (das quais Sons of Anarchy foi a mais citada) e um pouquinho sobre a história.

O protagonista é Deacon, um sujeito que perde a esposa logo no começo do game. Isso o torna um sujeito machucado, mas lutando para sobreviver, exatamente como seríamos todos nós nesta situacão. Ao mesmo tempo, é também uma premissa bem batida, bastante semelhante a outro exclusivo da Sony, o The Last of Us.

Days Gone, Days Gone hands on, Delfos
Foto: Carlos Eduardo Corrales

Um ponto da apresentação que eu achei curioso foi quando um jornalista perguntou o que a equipe fez para aumentar a representatividade. A resposta dos criadores me lembrou a de um político, que fala do que quer falar, e não do que foi perguntado.

Isso porque eles aproveitaram a oportunidade não para abordar o fato de Deacon ser um homem branco heterossexual (o que eu sinceramente não vejo como um problema), mas para dizer que você pode jogar da forma que desejar, independente de preferir furtividade ou run and gun. Eu ri. O apresentador até convidou o jornalista a repetir a pergunta, uma vez que ela não foi respondida, mas o colega não aceitou a proposta.

Quando perguntados o que torna Days Gone diferente, os desenvolvedores focaram no aspecto técnico de que nenhum outro jogo coloca tantos inimigos na tela ao mesmo tempo. Segundo eles, no demo vemos uma horda de 300 miolentos, mas no jogo final há momentos em que você deve encarar 500 ao mesmo tempo.

PEDACINHOS DE INFORMAÇÃO

Eles também falaram da importância que sua moto tem no gameplay. É nela que você salva o jogo, usa fast travel e pega mais munição, além de ser sua única forma de transporte. Deacon não dirige outros veículos e, segundo os amigos da Bend, se você perder a moto, precisa encontrá-la.

Days Gone, Days Gone hands on, Delfos
Foto: Carlos Eduardo Corrales

Isso pode ser frustrante. Entendo que eles estão seguindo um caminho mais realista e portanto não faz sentido a bike popar on demand, mas temo que aconteça como em Breath of the Wild, onde você fica a pé por um bom tempo porque a moto/cavalo ficou pra trás.

Talvez a maior novidade da apresentação tenha sido o fato de que Days Gone vai receber um New Game + após o lançamento, mas eles ainda não estavam prontos para dar mais detalhes.

Eles encerraram deixando claro que Days Gone não é um jogo como serviço, mas uma experiência focada na história. Eles prometem um mínimo de 30 horas para concluir a história, mas dizem que facilmente pode chegar a 50 ou 60 horas para quem explorar mais.

Days Gone, Days Gone hands on, Delfos
Foto: Carlos Eduardo Corrales

Days Gone pode não ter uma temática ou gênero especialmente criativos, mas o pessoal da Bend diz que é um jogo complexo, que levou seis anos para ser feito. O lançamento já está logo aí: Days Gone será lançado em 26 de abril de 2019.

Mantenha-se delfonado para mais Days Gone, zumbis e homens brancos heterossexuais que perderam a esposa.