Ground Control II

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Se o primeiro jogo da série, Ground Control: Dark Conspiracy, lançado há 4 anos, não chamou muito a atenção pela falta de originalidade, o mesmo não se pode dizer do segundo capítulo da série, Ground Control II: Operation Exodus. Fico feliz que algumas produtoras, mesmo pequenas como a VU Games, aprendam com seus erros do passado e melhorem seus jogos a cada nova investida no mercado. E esse é exatamente o diferencial de Ground Control II, ele tenta buscar uma originalidade perdida no gênero RTS (Real Time Strategy), em que os jogos ficaram muito parecidos nos últimos anos. Se essas inovações deram certo ou não, isso é assunto para os próximos parágrafos. No momento, quero apenas dar parabéns à produtora que foi corajosa em fugir da mesmice que nos ronda.

Em Ground Control II, você é Jacob Angelus, morador do planeta Morning Star Prime, capitão do exército da NSA, e um dos responsáveis por tentar livrar seu planeta do cerco imposto pelo Império Terran. Conforme a história vai se desenrolando, novos detalhes vão ilustrando suas missões e uma nova raça aparece: os Virons, que hora lutam ao lado dos Terran, hora do seu lado. Conforme você passa as missões, pode esperar uma série de traições e reviravoltas, já comuns em jogos desse gênero.

Seguindo a tendência de Warcraft 3 e Age of Mythology, para concluir a história principal do jogo, você precisará terminar duas campanhas seguidas: NSA e Virons, o que rende horas e mais horas de jogatina.

Porém, como mencionei nos parágrafos anteriores, Ground Control II trouxe novidades, e a principal delas é focar a jogabilidade totalmente na ação, deixando de lado as partes mais complexas do estilo RTS como, por exemplo, a coleta de recursos. Em outras palavras, você não precisa se preocupar em desenvolver peões e nem caminhões mineradores. O único “bem” coletado no jogo é um índice chamado “AP”, que pode ser considerado como o dinheiro, necessário para a construção de novos equipamentos ou um implemento tecnológico. O AP é coletado através dos inimigos mortos e dos checkpoints dominados em cada missão, portanto nada de ouro, madeira, pedra ou óleo aqui.

Por focar mais na ação, os programadores também excluíram a possibilidade de construir estruturas. Desta forma, você pode dominar as já existentes, como torres de vigilância ou bunkers, mas todas as unidades são construídas e trazidas ao campo de batalha através de uma nave denominada drop-ship e seu funcionamento é muito fácil. Através de um ícone no canto superior direito da tela, você tem uma lista das unidades disponíveis para construção e qual o seu custo (pago em APs), você escolhe quais unidades quer trazer para as batalhas, mas deve obedecer ao limite de armazenamento da nave (em outras palavras, ela pode carregar de uma vez até 10 veículos médios) e pede para que ela descarregue tais unidades. A nave vem, descarrega e volta para a base (que você não vê e nem tem acesso), onde você pode solicitar mais unidades e o ciclo se repete.

Todo o desenvolvimento tecnológico possível no jogo é realizado nas drop-ships: você pode aumentar a sua velocidade, a sua capacidade de armazenamento, sua barra de energia (sim, a drop-ship pode ser destruída se você não tomar cuidado), suas armas, etc.

Essa prioridade na parte de ação, por um lado deu certo, porque a sua única preocupação no jogo passa a ser mesmo a matança desenfreada de inimigos, mas por outro lado torna sua diversão muito limitada e repetitiva, afinal em jogos como Warcraft, Cossacks e Red Alert, um dos grandes prazeres era construir uma base gigantesca com capacidade para milhares de veículos e estruturas, o que infelizmente não acontece aqui, pois estamos sempre limitados à capacidade das drop-ships.

O jogo é totalmente em 3D e seus gráficos são muito bons, com mais detalhes que Command & Conquer: Generals, bons efeitos de luz e sombra, e belíssimos efeitos visuais como o reflexo na água e o rastro deixado pelos foguetes dos planadores. Os sons e músicas também são excelentes, com destaque para o trabalho de dublagem dos “humanos” da NSA, que são bem aprofundados em suas personalidades.

A jogabilidade é aquela clássica dos RTSs e já virou padrão, assim como o WASD para jogos FPS. O único ponto negativo fica para a câmera e sua utilização um pouco confusa.

No geral, vale a pena conhecer e jogar Ground Control II. Eu recomendo: sua história é muito boa, a parte técnica é impecável e sua jogabilidade é muito divertida, mas o jogo enjoa pela falta de opções depois de um tempo e missões repetitivas.

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