Alguns jogos emanam simpatia antes mesmo de você colocá-los para rodar. Você viu o nome da desenvolvedora de GNOG? Ko-op Mode. Pô, já achei fofo logo nos logotipos iniciais. Felizmente, essa carinha amigável se estende por todo o jogo. Embora a Double Fine assine aqui apenas como editora, GNOG tem todo o charme normalmente relacionado à empresa do Tim Schafer.

Gnog

Tão marcante quanto a sua simpatia é sua simplicidade. GNOG é composto de nove missões, que são apresentadas em caixinhas. Não há uma história que conecte todas elas, mas cada uma tem sua própria historinha. Você pode, por exemplo, precisar consertar uma espaçonave ou então ajudar um ladrão a roubar todos os apartamentos de um prédio. Como você faz isso? Clicando, meu amigo. Todas as fases podem ser resolvidas apenas clicando nos lugares certos na ordem certa. Seu gameplay, aliás, me lembrou bastante I Expect You to Die.

A chave é ver os efeitos que cada clique tem no cenário, e tentar montar algum sentido com o que inicialmente parece nonsense. A supracitada missão do ladrão, por exemplo, a príncipio me pareceu quase insuperável, mas depois de explorar todos os apartamentos, comecei a ver meu objetivo e com isso pensar em formas para cumpri-lo. Isso sem falar que alguns se resolveram quase sozinhos, antes mesmo que eu entendesse o que estava acontecendo.

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Isso não significa que você não vai travar. Aliás, é batata que isso aconteça. E digo mais, não demorou muito para que eu me visse procurando por vídeos guia na internet, especialmente para achar códigos, o que acaba matando o jogo. Foi assistindo aos vídeos que eu percebi que as soluções que me deixavam perdido normalmente estavam escondidas no próprio cenário. Um código que você precisa, por exemplo, pode estar em quadros nas paredes. Quando saquei isso, comecei a me recusar a pedir ajuda para o pai dos burros e nem precisei mais, pois bastava analisar atentamente o que estava na tela e fatalmente eu encontrava a solução. Aliás, a festinha que rola cada vez que você cumpre uma missão acrescenta ainda mais ao já charmoso charme deste charmoso jogo.

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JÁ FALEI DO CHARME?

O visual de GNOG é um dos grandes responsáveis por este charme. Ele é totalmente estilizado, e seu estilo me agrada muito, sendo simples, mas não simplista. O jogo pode ser jogado em realidade virtual ou em 2D normal. Este é um daqueles casos que o VR acrescenta ao jogo, mas de fato não é essencial.

Basicamente, o cenário te envolve com charminhos e detalhezinhos bonitinhos que ficam ao seu redor, mas o foco da ação é sempre na caixinha que fica na sua frente. Verdade, às vezes uma borboleta ou algum outro bichinho pode vir na sua direção e chegar pertinho do seu nariz, o que é bem mais legal em VR, mas tirando estes pequenos toques, a experiência é quase a mesma com ou sem o acessório. Se você tem o PS VR, claro, aproveite, mas mesmo que não tenha, dê um jeito de jogar GNOG.

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Curiosamente, ele é controlado apenas pelo Dualshock, o que é curioso, uma vez que o controle aqui é basicamente um mouse. Penso que ele ganharia, pelo menos um pouquinho, se permitisse o uso de um Move.

Não são muitas missões e não há um sentido de progressão claro, uma vez que cada caixinha é autocontida. Então não espere aqui uma experiência longa e substanciosa. O que GNOG promete, e fornece, é uma tarde agradável e relaxante, com um dos joguinhos mais simpáticos dos últimos meses. Se isso lhe agrada tanto quanto a mim, pode comprar sem medo.