Eu não esperava gostar de Toss VR. Não sou muito fã de jogos de escalada em VR (não curti muito nem o Horizon Call of the Mountain), e também não costumo me envolver com esses joguinhos que são puro gameplay, sem contexto ou avanço significativo. Mas quem diria? Toss me divertiu como não me divertia desde a época do Wii com games assim.

TOSS VR

Toss VR, Toss, Plaion, PS VR2, Meta Quest, Delfos

Em Toss VR, você é um macaquinho. Só isso. Cada fase é um pequeno desafio de escalada – sem exagero, cada tentativa dura alguns segundos. Você pode simplesmente tentar passar, mas há desafios opcionais: pegar todas as partes da banana, fazer com a menor quantidade de agarradas, ou no menor tempo.

Estes desafios já são difíceis logo de cara. A primeira fase, por exemplo, deve ser feita em um segundo, com uma só agarrada, o que parece impossível a princípio. Simplesmente terminar as fases já é um tanto mais suave, mas não demora para mostrar seus dentes.

Toss não enrola para te jogar no fundo. E você logo vai se jogar de uma plataforma para outra, evitar armadilhas e cair em trampolins para continuar seu pulo. A variação é bem grande para um jogo tão básico. É aquela história, simples é diferente de simplista, como quem já tentou compor uma música no estilo Ramones sabe muito bem. Após poucos mundos, você vai desviar de armadilhas, se preocupar com timing, força, balançar em suingues. Tem bastante coisa aqui.

MUITO DIVERTIDO

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Em especial, apesar de ser tudo bem simples, toda a construção do jogo é perfeita. O visual cartunesco é bonitinho, as músicas são bacanas e até os barulhinhos do macaco são simpáticos. Os controles também merecem destaque, pois são realmente muito bem implementados. A ponto de que é muito divertido se jogar de uma barra para outra e, mesmo quando você cai, cai com um sorriso no rosto.

E isso é vital na experiência. Mesmo quando eu ficava frustrado com dezenas de tentativas em uma fase, não falhava em sorrir com cada vez que apertava o botão de conclusão no meio de um salto. Ajuda muito também o fato de que não há espera alguma entre cada tentativa. Você simplesmente cai e volta para o jogo, imediatamente. Isso possibilita que seja realmente difícil parar, e você fica argumentando contra si mesmo “só mais uma tentativa, vai ser só 15 segundos mesmo”. Quando vai ver, está tentando a mesma fase há 20 minutos. Toss é viciante desse jeito.

DIVERSÃO PARA A FAMÍLIA, ESTILO WII

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Toss VR me lembra muito aqueles jogos que saíam de monte para Wii, cujo principal apelo era brincar com os controles de movimentos (Boom Blox vem à mente). Porém, por ser em VR, ele não é tão apropriado para brincar com a família. A não ser que você não se incomode em ficar trocando o headset suado de cabeça com frequência – pois sim, você vai suar aqui.

Toss é um joguinho. Uma pequena brincadeira, uma diversão rápida. Certamente há muito espaço para jogos assim no mundo dos games. Particularmente, eu até me divirto muito com eles, mas depois de brincar por uma tarde, dificilmente sinto vontade de voltar a jogar (era exatamente assim com meu Wii). Ser em VR coloca mais um impedimento na história, simplesmente porque dá trabalho deixar a sala pronta para usar o PS VR2 (ainda que seja bem mais fácil do que o PS VR), e acabo ficando com preguiça de fazer isso para jogar só por uns 30 minutos.

Porém, se você está buscando por um joguinho em VR nesse estilo, eu certamente recomendo Toss. Ele é muito divertido, apesar de ser difícil. Só terminar sua campanha já é extremamente desafiador, mas só verdadeiros mestres conseguirão esta platina.