Este é mais um daqueles filmes pelos quais eu não dava nada e acabei gostando bastante. Muito disso se deve também por assisti-lo sem saber quase nada a respeito dele. Então recomendo que você faça o mesmo. Mas, para os curiosos, aí vai a tradicional sinopse:

Kumail Nanjiani interpreta a si mesmo, um paquistanês vivendo nos EUA e tentando carreira como comediante de stand-up. Um dia ele conhece Emily. Os dois se apaixonam e começam a namorar. Só que a família de Kumail é bastante tradicional e ainda segue a cultura de casamentos arranjados com mulheres da mesma etnia.

Logo, o relacionamento do cara com Emily encontra diversas barreiras culturais. A coisa piora de vez quando a moça contrai uma doença séria. A partir daí, Kumail terá de reavaliar o que ele realmente quer, enquanto dá uma força para os pais da garota.

Doentes de Amor é uma excelente dramédia. O primeiro ato é praticamente uma comédia romântica (só que sem a maioria dos clichês do gênero), mostrando o início do relacionamento dele com Emily. No segundo ato as coisas ficam mais pesadas quando a doença entra em cena, e aí entra também o drama. E o foco também muda para a relação dele com os pais da garota. Já o terceiro ato, bem, aí é melhor você ver o filme.

Delfos, Doentes de Amor, Cartaz

O longa é produzido pelo Judd Apatow e de fato lembra muito um de seus filmes. Ele é engraçado sem ser apelativo, as partes mais dramáticas emocionam de verdade e ele tem aquele típico senso de camaradagem entre os personagens presentes em seus filmes como diretor. Mas vale dizer que não há ninguém de sua costumeira turminha presente no elenco.

A história realmente te pega e você fica torcendo para que as coisas fiquem bem. E mesmo a mudança de foco do relacionamento de Kumail com Emily para a relação dele com os pais dela (Ray Romano e Holly Hunter) não só funcionam, mantendo a coesão narrativa, como para mim foram as melhores partes do filme.

Já que o protagonista interpreta uma versão ficcionalizada de si mesmo, vale dizer que o longa é de fato baseado em sua história real. O filme, contudo, funciona igualmente bem tanto você sabendo dessa informação de antemão quanto indo no escuro. Mas como eu disse lá no começo, realmente acho melhor você assisti-lo sabendo o mínimo possível.

Doentes de Amor é um filme com bastante sentimento e um lado humano bem apurado para esse tipo de produção. Uma excelente pedida para quem aprecia a mistura entre drama e comédia.

CURIOSIDADE:

– A verdadeira Emily é a co-roteirista do filme, junto com o comediante e protagonista Kumail Nanjiani.

REVER GERAL
Nota
Artigo anteriorVeja a nova série do Humores Urbanos: Entre Linhas
Próximo artigoThor: Ragnarok marca um baita ponto a favor do deus do trovão
Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
doentes-de-amorTítulo: The Big Sick<br> País: EUA<br> Ano: 2017<br> Gênero: Dramédia<br> Duração: 120 minutos<br> Distribuidora: California Filmes<br> Diretor: Michael Showalter<br> Roteiro: Emily V. Gordon e Kumail Nanjiani<br> Elenco: Kumail Nanjiani, Zoe Kazan, Holly Hunter e Ray Romano.