O delfonauta sabe que eu gosto de filmes indie. Mas esse cenário indie tem um problema: você nunca sabe o que esperar. Você pode se surpreender e ver um filme sensacional ou então ser um longa extremamente chato, pedante e arrogante. Claro, sempre existe a possibilidade de ser um filme nada. Esse é o caso de Corações Perdidos.
Aqui conhecemos um casal que perdeu a filha adolescente e, desde então, vem passando por problemas. A mulher (Melissa Leo) chegou a ficar traumatizada e nunca mais saiu de casa. A parte masculina do casal (James Gandolfini), em uma viagem por Nova Orleans, acaba conhecendo uma stripper/prostituta que o lembra de sua falecida cria. A partir daí, eles começam uma relação de afeto paternalista.
Corações Perdidos é o típico filme Rezek, e eu até consigo imaginar nosso amigo escrevendo uma resenha enorme sobre o filme, mas infelizmente ele hoje é um advogado engravatado e não escreve mais sobre cultura pop, então a bomba fica na minha mão. E o pior é que eu não tenho muito para falar deste filme.
Ele começa muito chato, mas quando a stripper entra na jogada e as relações humanas ganham o primeiro plano, melhora bastante. É interessante ver como, quando uma das partes assume o papel de pai, a outra acaba assumindo o papel de filha mesmo que não queira. E é legal ver o afeto entre eles crescendo.
Mas o filme ainda é longo demais para o que se propõe e segue alguns caminhos bem conhecidos e bastante trilhados por obras anteriores. Além disso, tem algumas cenas (como a do cara que vai “visitar” a Mallory) que não acrescentam em nada à história e fazem pouco ou nada para desenvolver os personagens. Essas cenas poderiam ser cortadas sem dó.
Mas o principal ponto para mim acabou sendo a identificação com os personagens, vital em um filme sobre relações humanas. Não é que não gostei deles ou que os achei mal desenvolvidos (não achei), eu simplesmente não me identifiquei com eles. Assim, Corações Perdidos acabou sendo, para mim, um filme nada. Mas se você gostou da proposta e da descrição dos personagens, pode valer a visitinha ao cinema.
