Nesta análise Doug Hates His Job, você vai conhecer este joguinho bastante independente e curioso.

ANÁLISE DOUG HATES HIS JOB

Eu resolvi ir atrás de Doug Hates His Job por ele ser um beat’em up em low poly. Na época em que os games começaram a seguir este visual, houve muitos jogos de luta (como Virtua Fighter), mas o único beat’em up que me lembro foi Die Hard Arcade, que joguei no saudoso Saturn.

Em comparação com Die Hard ArcadeDoug Hates His Job é ao mesmo tempo mais e menos. Ele é menos por seu lado beat’em up ser extremamente simples. E ele é mais por ter fases que parodiam outros gêneros, como on-rails shooterstealth à Metal Gear e até mesmo um joguinho de trivia sobre cultura pop. Ele não se dá especialmente bem em nenhuma de suas investidas, mas o conjunto da obra, somado à sua história e seu humor bobo, o tornam um jogo interessante, ainda que não especialmente bom.

MARVEL VS. DC

A história de Doug Hates His Job começa com uma discussão entre quem faz os melhores filmes, Marvel ou DC. Se você discordar do seu amigo, acontece exatamente como na vida real: vocês saem na porrada!

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A narrativa segue a vida de Doug, um peão de escritório que odeia o trabalho. E, para piorar, ele jura que seu chefe está tentando matá-lo, mandando-o fazer vendas nos lugares e situações mais perigosos. Esse é o mote para as fases variadas, que envolvem entrar em um banco durante um assalto, ou atravessar uma montanha cheia de cobras e pássaros assassinos (estilão Pitfall mesmo).

Entre os trabalhos, você acompanha Doug no escritório conversando com seus colegas, e pode fazer escolhas que afetam a narrativa e quais fases você vai jogar.

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Entre escondido em uma reunião, em uma paródia de Metal Gear.

Essa variação de fases é o trunfo e a perdição do jogo, pois isso o torna bastante irregular. Algumas, como a trivia, são divertidas. Outras, como o on rails shooter, são extremamente punitivos e com uma jogabilidade nada agradável.

PORRADA

O melhor mesmo são as partes de beat’em up que, felizmente, são o foco do jogo. Apesar de simples e curtas, elas funcionam bem e são divertidas. Mas veja, este não é um jogo de beat’em up completo, como Shaq Fu. São poucas fases e todas elas são extremamente curtas. A coisa parece quase um demo, tendo espaço para ser muito mais desenvolvido.

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Mas convenhamos, quem nunca quis dar uma voadora numa velhinha que estava curtindo um dia de sol no parque?

Mesmo no gameplay há alguns problemas graves. Se você for derrubado e tiver vários inimigos na tela, simplesmente não tem como escapar. Eles vão te atacar ininterruptamente, e sua defesa te deixa parado no lugar. Assim, ou você fica parado se defendendo sem possibilidade de fuga, ou apanha até morrer.

O último chefe também é bastante mal planejado. Ele não é vulnerável a seus combos, tem uma vida enorme e mata você com poucos golpes. Eu passei pouco mais de uma hora fazendo a campanha de Doug Hates His Job, mas pelo menos uns 30 minutos foi repetindo essa última luta dezenas de vezes. Sim, este é um jogo bastante curto.

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Acertou, isso é uma paródia de Pitfall.

A diversão é moderada e a história é bacana e engraçada. Porém, Doug Hates His Job é mais experimental do que simplesmente um jogo completo. É o tipo de coisa que não chega à maior parte das pessoas (será que algum outro site brasileiro escreveu um review dele?), e por isso mesmo eu quis cobrí-lo.

Eu gostei de ter jogado, mas é algo cru demais para de fato recomendar a compra. Portanto, invista nele se estiver interessado em uma obra bastante experimental.