A lenda de Cthulhu anda bem popular nos games. Ando falando tanto dela por aqui que até aprendi a digitar Cthulhu sem ter que me certificar se estou escrevendo certo. Tivemos recentemente The Sinking CityCall of Cthulhu, entre outros, e como você deve imaginar, o jogo de hoje também faz parte dessa turma. Porém, como você vai descobrir na nossa análise Moons of Madness, ele pelo menos adapta a lenda criada por Lovecraft para um cenário que, pelo menos para mim, é inédito.

ANÁLISE MOONS OF MADNESS

Moons of Madness acontece em Marte. Você é um engenheiro chamado Shane que está de saco cheio da entediante rotina de consertar equipamentos e resolver pepinos no planeta vermelho. Tirando a sequência introdutória, que é um pesadelo (sério!), o jogo começa justamente mostrando a rotina de Shane. E sabe de uma coisa? Eu ando gostando muito de jogos, filmes e séries com temática espacial.

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Olha que bacana!

Apesar de não ser um jogo exatamente longo (durou para mim entre sete e oito horas, mas dá para terminar bem mais rápido), a história é contada com calma, com bastante desenvolvimento de personagens. Obviamente, a coisa eventualmente cai para um terror lovecraftiano, com monstros e tudo, mas eu diria que as partes onde você simplesmente explora Marte são as melhores.

gameplay é bastante simples. Com câmera em primeira pessoa, você vai explorar a estação, solucionar puzzles e eventualmente fugir de monstros. Não há combate e, ao contrário de Outlast 2, o timing é bem bacana. Tem bastante exploração sossegada, o que permite que os momentos de perseguição sejam mais chocantes e marcantes.

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Está na hora de fugir!

Além disso, quase sempre, quando tem alguma coisa atrás de você, o negócio é bem mais uma perseguição, do tipo saia correndo por onde der. A exceção é uma parte com andróides lá na metade do jogo, em que você tem que atravessar uma sala sendo patrulhada por vários deles. É uma parte especialmente chata, pois não há um checkpoint imediatamente antes dela, e morrer envolve longas telas de carregamento. Felizmente, é a única vez que Moons of Madness faz algo assim.

OS QUEBRA-CABEÇAS

A exploração, o audiovisual, a narrativa, e mesmo as perseguições são excelentes. A coisa desanda forte, infelizmente, nos puzzles. Nenhum deles é criativo, e parecem ser uma simples coletânea do que não fazer em um jogo do gênero. Envolvem coisas como ler e-mails para encontrar senhas, fazer contas de voltagem para ativar um equipamento, ou simplesmente guiar eletricidade através do caminho correto.

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Tipo assim, manja?

Solucionar nenhum deles foi prazeroso para mim. Muito pelo contrário, aliás. Eles eram freios narrativos, que muitas vezes travavam a minha aventura por vários minutos, até eu finalmente solucionar ou então desistir e procurar online. Acabou sendo simplesmente algo que distraía o jogo do que ele tem de melhor: a história e a exploração.

E é uma pena, pois Moons of Madness é muito bom em todo o resto que ele faz. Mas neste aspecto ele é tão ruim que acaba deixando difícil recomendar o jogo como um todo, ao menos não sem essa imensa ressalva.

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Fecha a porta, cara!

E tem um monte de pequenos detalhes que mostram o capricho dos desenvolvedores. Por exemplo, a animação de apertar botões ou interagir com máquinas é diferente e reflete o grau de nervosismo do protagonista naquela momento da história.

Poucas vezes um jogo me deixou tão dividido, alternando meu estado de espírito entre o “olha que legal!” e o “quanto falta para acabar?” várias vezes ao longo da campanha. Então se você resolver arriscar, sem dúvida há muito o que se gostar aqui, mas vá preparado para ter paciência de Jó.