A Guerra dos Tronos: As Crônicas de Gelo e Fogo – Livro Um

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Se você gosta de histórias com a combinação perfeita entre cavalaria e fantasia, este é o livro para você, delfonauta. A Guerra dos Tronos é um livro denso, que narra lugares maravilhosos de se imaginar, com um toque de inspiração histórica medieval – que eu, como futura historiadora, sou completamente suspeita para falar. Como se não bastasse, ainda há a presença da fantasia, com lobos gigantes, dragões e seres monstruosos. Então, poderia ser melhor?

O ENREDO

A história se passa na terra fictícia de Westeros, onde as estações duram anos e até gerações inteiras. Os verões marcam épocas mais amenas (em todos os sentidos), enquanto os invernos são períodos para se preocupar. É durante o inverno que ocorrem coisas horríveis, que vão desde a disputa por poder entre os homens até a volta de seres que acreditavam-se extintos.

Além disso, a narrativa é composta por uma história central e outras paralelas, porém não menos importantes, uma vez que todas ocorrem concomitantemente, mas em lugares diferentes do território de Westeros. A história central diz respeito à morte de um homem de grande influência na monarquia da região. Os motivos? Ambição pelo trono. A história está recheada de famílias que anseiam pelo trono, tanto para possuí-lo quanto para protegê-lo, porém há uma em especial atrás dele. E é a partir dos acontecimentos causados por esta família que a história se desenrola.

As histórias paralelas vão desde pessoas predestinadas a permanecerem na Muralha – um muro gigantesco ao norte do território que separa toda a região civilizada da chamada floresta assombrada – até o fortalecimento de uma antiga dinastia que reinava Westeros e pretende retomá-la.

A parte mais legal deste tipo de narrativa com histórias paralelas é que, pelo menos para quem leu só o primeiro livro, da a sensação de que elas vão se juntar em algum momento. E faz você se questionar o que aconteceria se uma história se encontrasse com a outra, e assim vai.

A NARRATIVA

A narrativa de A Guerra dos Tronos é extremamente densa, delfonauta. E por esta afirmação leia-se: imensamente cheia de detalhes, personagens, nomes de famílias, e acontecimentos aparentemente sem importância são narrados. Além disso, cada capítulo do livro começa no meio de um episódio. Então, acostume-se, porque ler A Guerra dos Tronos significa ficar frequentemente com a sensação de “peguei o bonde andando”. E se você acha que depois de acabar de ler todas as quinhentas e noventa e uma páginas do livro você vai obter alguma resposta para todas as suas perguntas, está enganado. Isto definitivamente não vai acontecer.

Cada capítulo da narrativa é escrito em ordem cronológica, porém na concepção de um personagem. Ao todo são oito personagens que “narram” a história em capítulos intercalados. As aspas estão aí porque os capítulos não são narrados em primeira pessoa, mas em terceira, entretanto utilizando determinado personagem como personagem central daquele determinado capítulo. Esta forma de estruturação dos capítulos é boa por permitir que você consiga enxergar a história por diferentes pontos de vista. Porém é ruim, pois você pode estar sendo manipulado pela visão de um dos oito personagens “narradores”.

OS PERSONAGENS

Os personagens são extremamente ricos devido à grandeza de detalhes. Com isso, você vai ser capaz de conhecê-los muito bem (mais ainda os centrais de cada capítulo). Isto vai fazer você se apaixonar por alguns e torcer por eles, enquanto que por outros você vai morrer de ódio e vai ter vontade de rasgar o livro e nunca mais voltar a lê-lo. A relação entre eles é bem característica do período medieval de nossa história, marcada por rivalidades e ambições, no que diz respeito à disputa entre famílias. As relações familiares, por sua vez, são afetivas, na medida do possível.

A FANTASIA

Eu achei esta característica do livro algo tão especial que resolvi criar um tópico desta resenha especialmente para ela. A dosagem da fantasia no livro é absolutamente perfeita! Digna de qualquer história de conto de fadas, mas sem as fadas, pois no lugar delas temos lobos gigantes e zumbis. A fantasia foi tão bem colocada que, depois de um tempo lendo o livro, você vai ficar morrendo de vontade de ter um lobo gigante de estimação. E um dragão então? Nem se fala!

Os zumbis (que eu não sei muito bem ainda como classificá-los, visto que eu só li o primeiro livro) dão o toque de terror à história que vai fazer você ficar mais curioso ainda para descobrir tudo. Pena que isso não vai acontecer neste primeiro livro. Ou seja, pode parecer que fica demais tudo isso para uma história só, mas não! Você já esta desesperado pra saber o que vai acontecer com os humanos da história e suas intrigas, e ainda de quebra tem uns monstros-zumbis que você não sabe o que vão fazer.

E AGORA? LEIO OU NÃO?

Se você se interessa pelo menos um pouquinho por história medieval e tem certa simpatia por fantasia, vale realmente a pena ler este livro. Ele é denso, e bem complicado de ler em uma tacada só. Eu, que geralmente demoro no máximo duas semanas para ler um livro, demorei três meses para ler este. Tem momentos que são muito cheios de detalhes, o que desanima um pouco a leitura. Mas vale a pena cada página.

Você vai ter raiva. Às vezes vai ficar cansado de ler. Não vai entender nada em determinadas horas. Mas o mais importante, vai se envolver com a história. E qual é a graça de ler um livro se ele não transpassa emoção para o leitor, não é?

Então se você se interessou, leia. Mas leia com calma. Aprecie os detalhes, pois com eles você mesmo vai poder tentar desvendar cada mistério que faz parte desta riquíssima história. Aproveite.

Mas se você não vai ter paciência para ler todas as suas quinhentas e noventa e uma páginas, mas esta curioso pela história, assista à série. Que, diga-se de passagem, é bem fiel ao livro. Mas isso deixamos para outra resenha. =)