Onze mocinhas acordam em uma sala de jantar com os pés presos em grilhões de ferro. Elas não sabem como foram parar nesta situação ou porque estão ali, mas sabem que sua vida está correndo perigo.
Diz aí, não parece uma sinopse de um daqueles filmes de terror que eu costumo gostar? Você sabe, aqueles claustrofóbicos que se passam em apenas um lugar. Existem muitos deles. O supralinkado O Bar, Exam, Cubo, Circle e tantos outros. É meu gênero do cinema de medo preferido.
Porém, há um motivo pelo qual histórias como essas normalmente se limitam à tela grande. São situações de alta tensão que, como tal, não se sustentam por muito tempo. Desta forma, foi com grande surpresa que conheci esta série Re:Mind, que tem a mesma proposta de todos estes filmes, mas é uma série de TV de 12 episódios (mais um prequência/especial). E o fato de ela ser japonesa, mesma origem do tremendão Battle Royale, me deixou ainda mais animado.
RE:MIND
A coisa começa de fato bem tensa, com desenvolvimentos aflitivos nos primeiros episódios, mas não demora para a coisa dar uma esfriada. Basicamente, a série se concentra nas moças, todas alunas da mesma escola, tentando entender porque estão ali. Para isso, elas analisam os detalhes da sala e relembram as coisas que fizeram nos últimos meses. Obviamente, elas não são tão boazinhas quanto o estereótipo da “colegial japonesa” pode fazer você imaginar.
Aliás, este é um ponto que prejudicou a série para mim – e nada tem a ver com o roteiro. São todas jovens orientais, bonitas, usando o mesmo uniforme e com franja. Acho que eu nunca tive tanta dificuldade de diferenciar os personagens de uma série quanto tive por aqui.
Apesar do começo tenso e promissor, o andamento da série acaba se encaixando naquela categoria “young adult” que está em voga hoje em dia. Sabe o que Jogos Vorazes e Maze Runner fizeram com o gênero do Battle Royale? É mais ou menos isso que Re:Mind faz com o terror de filmes como Cubo.
CINEMA NA TV
Em outras palavras, ele pega este tradicionalmente tenso gênero do cinema, e o expande de forma mais leve e um tanto açucarada focado em pessoas mais jovens. Desta forma, está bem longe da qualidade dos filmes que o inspiraram, mas eu até gostei de tê-lo assistido. Ainda assim, aquele finalzinho chocho é bastante imperdoável e prejudica o conjunto da obra consideravelmente.
Eu venho assistindo séries de TV que tentam traduzir o terror do cinema para algo mais estendido. Até agora não encontrei nenhuma que tenha sido totalmente bem sucedida nesta transferência. Como dizem na série Scream, histórias de terror são feitas para brilhar rápido e forte. É difícil sustentar uma por várias horas. Mas se você conhecer alguma, faça o favor de indicar nos comentários. Quem sabe não vira um texto por aqui?