Jogos Vorazes: A Esperança – O Final

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Na minha resenha do filme Jogos Vorazes, no já longínquo ano de 2011, eu fui bem crítico ao filme. Fiz isso por causa das suas muitas semelhanças não-acidentais com o clássico do cinema oriental Battle Royale e até com o filme do Arnoldão O Sobrevivente.

Ainda assim, foi uma resenha positiva. Não adianta, eu gosto da temática de um jogo onde os competidores são obrigados a se matar. E admito que, além da temática, Jogos Vorazes ainda tinha alguns predicados próprios.

No entanto, na resenha de hoje de Jogos Vorazes: A Esperança – O Final, eu vou ser crítico por um motivo bastante diferente. Ao tentar mudar sua temática e fazer algo mais próprio, esta série se perde completamente, trazendo um filme simplesmente fraco.

Muito disso provavelmente se deve à esticada que já está se tornando padrão em Hollywood. Afinal, não interessa se a série tem três partes, os filmes devem arrancar a maior quantidade de dinheiro possível do espectador. Dessa forma, o terceiro livro se tornou dois filmes. E foi exatamente aí que a série cinematográfica se perdeu.

Os dois primeiros filmes de Jogos Vorazes, no caso, têm na expectativa pelos jogos propriamente ditos seu principal forte. No terceiro e quarto filmes, a pegada é totalmente outra. Dessa vez difere totalmente de Battle Royale, mas talvez até por causa disso perdeu todo seu poder.

Após os eventos do filme anterior, agora acompanhamos alguns dos personagens principais da série em uma missão para chegar à Capital e matar o presidente Snow. O caminho é cheio de armadilhas e é extremamente perigoso, mas o objetivo deles, no final das contas, é chegar até o outro lado. Ironicamente, jogou Battle Royale de escanteio para chupinhar O Senhor Dos Anéis. =P

Visualmente, o filme perde todo o lado flamboiante de seus dois primeiros exemplares, e agora é escuro e quase monocromático. Claro, agora não rola mais o espetáculo dos Jogos Vorazes, a temática é de rebelião e de guerra, mas acredito que em nenhuma outra série o visual mudou tanto de um filme para o outro.

Basicamente, a história não traz novidades suficientes e nem a tensão dos dois primeiros filmes. Sim, morrem alguns personagens importantes e finalmente temos uma conclusão para a história – e, claro, para o triângulo amoroso centralizado na Katniss (Jennifer Lawrence). Obviamente, se ela visse minhas habilidades no videogame, chutaria os dois e se apaixonaria por mim, mas eu não estou no filme, então ela se vê obrigada a escolher o menos pior, tal qual um eleitor brasileiro.

À véspera da sessão deste, eu assisti a Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1 para me localizar e devo dizer que fiquei muito entediado nele, ao contrário dos dois primeiros, que até me divertiram.

Esta Parte Final é melhor do que o anterior. Afinal, por motivos óbvios, traz o clímax da história e sua conclusão, mas isso não foi o suficiente para elevá-lo acima do patamar de um filme nada. Na verdade, nem isso alcançou.

No entanto, tinha uma moça do meu lado que estava realmente envolvida com a história e assistir às reações dela me entreteu mais do que o que estava passando na tela. Com isso, devo dizer que se você curtiu o que a série entregou até aqui, dificilmente vai se arrepender de comprar o ingresso. Porém, se você está mais interessado no mata-mata do que na rebelião e no romance, recomendo, assim como no fim na resenha de quatro anos atrás, que você assista novamente Battle Royale.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
jogos-vorazes-a-esperanca-o-finalPaís: EUA<br> Ano: 2015<br> Duração: 137 minutos<br> Roteiro: Peter Craig e Danny Strong<br> Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Woody Harrelson, Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman, Elizabeth Banks e Stanley Tucci.<br> Diretor: Francis Lawrence<br> Distribuidor: Paris<br>