Eu gosto bastante dos dois filmes da série Invocação do Mal. Eles têm um estilão de terror mais clássico, com mais efeitos práticos e menos em computação. Já o primeiro Annabelle, spin-off da franquia em questão, foi tão genérico e sem graça que tudo que me lembro foi que o assisti. Da história em si, não ficou absolutamente nada na minha cabeça.

Seja como for, ele ganhou uma continuação. A boa notícia é que Annabelle 2: A Criação do Mal é bastante superior ao seu antecessor. Mas convenhamos, isso também não era algo tão difícil de se conseguir.

Desta vez a trama volta ainda mais no tempo, para de fato mostrar a origem da boneca possuída por um coisa-ruim. Acompanhamos a história da família do fabricante de brinquedos que construiu essa coisinha linda (só que não) em forma de boneca.

Delfos, Annabelle 2: A Criação do Mal

Após sofrerem uma tragédia, ele e a esposa decidem transformar sua grande casa num orfanato para meninas, abrigando um pequeno grupo de garotas necessitadas de um teto e a jovem freira responsável por cuidar delas.

Claro que uma das meninas vai mexer onde não deve e encontra Annabelle, e aí você já pode imaginar que muitas coisas sinistras passarão a acontecer na casa, tudo ligado a uma força maligna atrelada à boneca.

SAI PRA LÁ, BONECA DOS INFERNOS!

Ele pega bastante emprestado dos dois Invocação do Mal, e é bom que faça isso. A maior parte dos sustos é feito com efeitos práticos e com mais sutileza do que é o normal hoje em dia em filmes de terror hollywoodianos. Quando usa desses artifícios mais contidos para criar o clima sinistro, funciona bem.

Vade retro, boneca do cramunhão!

Infelizmente, ele também não nega suas origens como uma produção hollywoodiana para as massas, e várias vezes escorrega quando não resiste e passa a usar efeitos especiais mais exagerados, mais na cara. Assim, acaba resultando um tanto esquizofrênico em seu andamento, variando de coisas mais sutis, como leves movimentos de coisas no escuro, para sustos exagerados usando CGI.

Ainda assim, o resultado ainda é mais positivo do que negativo e até os personagens são um pouco mais inteligentes que a média desse tipo de produção. A menininha mais nova acaba arrancando várias risadas por ter as reações mais críveis quando tem de lidar com as assombrações.

Também passa do ponto natural de terminar quando se sente compelido a fazer uma ligação com o filme anterior, ligando a cronologia das histórias. Numa boa, acho que ninguém se importa com a linha temporal da saga da boneca e esse pequeno acréscimo no final acaba sendo totalmente desnecessário.

Seja como for, Annabelle 2: A Criação do Mal dá um bom ganho de qualidade em relação ao primeiro. Ainda está longe do nível dos dois Invocação do Mal, mas já é um passo na direção certa. E pode entreter bem uma galerinha mais nova e numerosa numa sessão noturna.