X2 – Wolverine’s Revenge

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X2 – Wolverine’s Revenge segue aquela linha muito em voga atualmente em jogos de ação. Muita violência, elementos de Stealth e, principalmente, câmera na nuca do personagem, muitas vezes impedindo que muito seja visto pois, não raro, a câmera fica “presa” em uma parede.

Apesar do X2 do título, este jogo nada tem a ver com o fantástico filme dirigido por Bryan Singer, além dos personagens (obviamente) e de alguns atores que repetiram seus papéis dando voz às versões digitalizadas dos personagens que interpretaram no filme. Estão presentes no jogo Patrick Stewart, reprisando seu papel como Professor Charles Xavier e Ian McKellen como Magneto. A voz de Wolverine, curiosamente, não foi dublada por Hugh Jackman, mas sim por Mark “Skywalker” Hamill que, surpreendemente, fez um ótimo trabalho, captando todo aquele lado selvagem e violento do mais popular X-Men de todos os tempos. Se tem tão pouco a ver com o filme, porque o jogo não se chama apenas Wolverine’s Revenge? Difícil dizer (cof – enganação – cof), mas o fato é que o jogo também venderia muito bem tendo apenas o nome do mutante baixinho, não precisava dessa tentativa (cof – desonesta – cof) de capitalizar em cima do blockbuster hollywoodiano.

Quanto ao game em si, posso dizer que poucos jogos têm, ao mesmo tempo, tantas características boas e ruins como este. Vamos começar pelas boas.

Para começar, o jogo reproduz muito bem o clima do gibi e dos personagens criados por Stan Lee. Todas as características de Wolverine estão presentes, desde sua violência – algumas animações são realmente impressionantes, tem um golpe onde Wolvie pega dois inimigos, joga-os para cima e pega os dois com as garras de uma só mão. Isso deve doer. – até o fator de cura. Este, aliás, responde, ao mesmo tempo, por uma ótima sacada dos criadores e por uma péssima mancada. Explico: ao contrário de alguns jogos anteriores, onde o jogador só podia brincar com as garras por um tempo determinado (tremendo absurdo), aqui elas podem ser usadas o tempo todo. Mas, para obrigar o jogador a recolhê-las em alguns momentos, o fator de cura do canadense invocado só funciona quando elas estão escondidas. Essa é a sacada. A mancada é que o fator de cura é tão lento (demora uns 3 minutos pra encher toda a energia), que seu jogo inteiro vai seguir este esquema: “Saca as garras – dilacera inimigos – recolhe garras – espera a energia voltar ao máximo enquanto come um lanche, bebe um café ou vai ao banheiro”. Acredite, isso enjoa rápido.

Mas ainda existem outras qualidades. Os gráficos são bem legais, é possível trocar as roupas de Wolverine por todas as roupas que ele já usou no gibi (apesar de que, depois que eu peguei o tradicional uniforme amarelo, não troquei mais) e a vibração do controle (para aqueles que têm gamepads) é bem legal.

E os defeitos? Putz, são muitos. O central é a dificuldade. Wolverine’s Revenge é um dos jogos mais difíceis que já joguei e a ausência de quicksaves ou checkpoints o tornam praticamente impossível e, principalmente, frustrante. O jogo é impiedoso, se o último inimigo de uma fase de mais de 40 minutos matar você, dane-se, volta para o começo e nem adianta chorar. Outro problema é grande quantidade de trechos Stealth, que chegam a pegar fases inteiras, onde o valente jogador tem que encarar dezenas de inimigos sem ser avistado por nenhum. Se alguém suspeitar de algo, aciona o alarme e adivinha, você volta para o começo da fase.

Outro problema são os chefes que, apesar de bem-escolhidos, não envolvem apenas luta para serem derrotados. Todos eles têm alguma manha mas, principalmente nos três últimos, mesmo depois que você descobrir a manha, você ainda vai penar para conseguir derrotá-los. Para matar a curiosidade, os chefes são o óbvio Dentes de Sabre (que aparece várias vezes), Wendigo, Fanático, Magneto e Lady Letal.

E ainda tem o problema dos inimigos, que são todos iguais (deve ter uns quatro tipos de inimigos o jogo inteiro) e a música, que simplesmente não empolga.

Wolverine’s Revenge é um jogo mediano. Começa bem divertido e é realmente legal jogar com o mutante mais popular da Marvel, mas o aumento na dificuldade é tão exagerado que acaba frustrando o jogador. Recomendado apenas para os fãs de quadrinhos e mesmo esses, vão ficar de saco cheio depois da quarta fase – eu fiquei.

X2 – Wolverine’s Revenge está disponível para Xbox, Playstation 2, Gamecube e PC. A versão para PC vem em dois CDs e ocupa 1.10 GB de espaço no HD.

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