Três Vezes Amor

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Sabe quando um filme nos conquista logo de cara? Por exemplo, Letra e Música me ganhou com aquele hilário videoclipe. Três Vezes Amor se junta a essa lista, graças ao que o protagonista fala logo no comecinho, sobre como é bom quando você encontra a trilha sonora ideal para o dia em questão. Como alguém que ouve música praticamente durante todo o tempo que passa acordado, conheço muito bem essa sensação, quando você coloca uma banda para tocar e ela simplesmente desce muito bem para aquele momento. Depois dessa introdução, o bichinho precisaria descer muito o nível para me desconquistar. Felizmente, não o fez.

Três Vezes Amor mostra um jovem recém-divorciado (Ryan Reynolds) cuja pimpolha (Abigail Breslin, a Pequena Miss Sunshine) pede para que ele conte como conheceu sua progenitora. Como a pequerrucha se acha muito esperta, ele decide mudar os nomes e conta uma história focada nas três moças com quem namorou. A filhota deveria adivinhar qual delas é sua mamãe.

A partir daí, a história vai intercalando a narrativa principal, que acontece no passado, com os comentários do pai e da filha. E os dela são simplesmente geniais. Vão desde a fofura decepcionada ao descobrir que o pai fumava até apontando uma variada gama de clichês das comédias românticas. O destaque mesmo vai para o momento em que ela pergunta para o pai o que é um ménage, algo que nenhum homem jamais deve explicar para uma mulher, independente da diferença de idade entre eles.

A condução do filme, aliás, lembra bastante aquele jeitão fofinho de abordar o amor, que conhecemos dos longas do Kevin Smith e do Scrubs. Aliás, a própria atriz Elizabeth Banks contribui para isso, pois ela é a moçoila que o J.D. engravidou na série e protagoniza o vindouro Zack and Miri Make a Porno, do senhor Silva. E convenhamos, Ryan Reynolds tem uma semelhança assustadora com Jason Lee, você não acha?

A única coisa que ficou faltando, para mim, foi um final mais aberto. Se fosse tudo igual, mas a última cena não tivesse um beijo (fica frio, isso não é spoiler), seria um sério candidato a levar o Selo Delfiano Supremo.

Três Vezes Amor é um filme deveras meigo, que consegue ser bonitinho e engraçado sem cair nos irritantes clichês das comédias românticas (e até tirar sarro de alguns deles). Ideal para assistir com a patroa, mas cuidado para ela não perceber as lágrimas saindo dos seus olhos. E acredite, a não ser que você seja muito warrior of steel, elas vão sair. Principalmente se você for pai. Além disso, nerds que gostam de Scrubs e Kevin Smith não vão se arrepender, pois o filme aborda o amor (e o fim dele) bem do jeito que a gente gosta.

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