Soulfly – Dark Ages

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Devo confessar que Max Cavalera é um dos meus cantores e músicos favoritos, pois sempre gostei de Sepultura antigo e sempre achei o Soulfly uma proposta de música bem interessante (confira o que o Andreas Kisser acha do Soulfly aqui e o que o Max acha do novo Sepultura aqui). Misturar elementos diversos da música Folk de vários países com a agressividade do Metal parece gerar uma inesgotável fonte de criatividade, mas algo muito difícil de se fazer. Embora Max (sim, ele sozinho é o Soulfly) tenha tido problemas em seus três primeiros álbuns fora do Sepultura, finalmente em Prophecy ele parecia ter encontrado o caminho certo.

Neste quinto álbum intitulado Dark Ages, o Soulfly evoluiu muito. O álbum é o mais agressivo que a banda já lançou, ainda que não seja sombrio ou dark como Max Cavalera sugeriu em algumas entrevistas, e finalmente flerta mais abertamente com o Thrash Metal que muitos fãs esperavam (inclusive eu). Se o Soulfly era acusado de ser um “terreiro de macumba” por usar muitos elementos tribais, às vezes até exageradamente (o que concordo plenamente), Max conseguiu medir a mão dessa vez e começou a usá-los de forma moderada e em lugares mais adequados.

A agressividade de músicas como Carved Inside e Arise Again pode agradar a muitos admiradores de Sepultura, mesmo sendo algo totalmente identificável como Soulfly. A banda parece finalmente ter encontrado um som próprio, a famosa identidade musical. Em relação às letras, é praticamente a repetição das que ele escreveu no Sepultura, só que organizadas de forma diferente. Parece que esses anos fora do Brasil não fizeram o vocabulário de Max evoluir muito. Palavras como arise, chaos, hate e pain são usadas abundantemente em todo lançamento do músico.

A banda que gravou Dark Ages é a mesma de Prophecy, e eles parecem estar funcionando muito bem com Max. Participações especiais são várias, como é tradição no Soulfly, mas destaco a de David Ellefson (ex-baixista do Megadeth) na música Riotstarter.

Considero esse o melhor trabalho do Soulfly até agora. É uma pena que no Brasil, eles não recebam o prestígio que recebem no exterior, e acho que já era hora de isso começar a acontecer. Recomendo para fãs de Max Cavalera e de Sepultura da fase Chaos A.D. e Roots, mas não espere uma cópia desses álbuns! Pessoas que tiveram más experiências anteriores com o Soulfly devido a seu experimentalismo, podem tentar de novo com esse álbum. É só clicar aqui e comprar No mais, é esperar que o Soulfly venha ao Brasil após um hiato de sete anos (vamos ver se a Glória, mulher e empresária de Max, deixa).

OBS: Percebeu quantas vezes eu citei o Sepultura? É impossível não falar sobre eles ao escrever sobre o Max!