Riding Giants – No Limite da Emoção

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Nerds e esportes não combinam. Isso é fato. Porém, devo dizer que, se algum dia eu resolvesse praticar alguma atividade física, o surf seria uma possibilidade. Principalmente pela sensação de liberdade e adrenalina que os praticantes dizem sentir quando estão na crista da onda. Neste documentário, essas sensações devem ser aumentadas a potências ainda maiores, pois seu foco são os surfistas de ondas grandes, entre 8 e 18 metros.

O filme abre com uma rápida história da origem do surf e como ele veio a se tornar popular na Califórnia. A partir daí, nos apresenta figuras lendárias que fizeram seu nome ao surfar as tais ondas grandes, com ênfase em três deles.

Somos apresentados a Greg Noll, o pioneiro em pegar as ondas gigantes em North Shore e Waimea Bay, em Oahu, Havaí, ainda nos anos 50. Depois, Jeff Clark conta como, nos anos 70, domou sozinho as gigantescas e perigosas ondas de Maverick´s, na região de São Francisco. Detalhe: a área é cheia de rochedos e Jeff Clark surfou na área sozinho durante 15 anos até conseguir persuadir mais gente a participar da façanha. Por fim, Laird Hamilton apresenta as manobras que o tornaram o atual rei das ondas gigantes.

É interessante acompanhar também a evolução das pranchas e da própria técnica, desde o começo, com as grandes e pesadas pranchas de madeira, até as mais leves e bem menores, feitas de fibra de vidro. Na parte técnica, Laird Hamilton e seus amigos criaram o estilo tow in, onde o surfista é rebocado por um jet ski até o topo da onda, o que permite que o tamanho da prancha seja ainda menor e o piloto do jet ski funcione também como salva-vidas.

Para os leigos como eu, fora a explicação sobre a origem do esporte, há ainda esclarecimentos sobre o que significam as gírias e termos técnicos usados pelos surfistas, assim, os marinheiros de primeira viagem não ficam boiando. Sacou o trocadilho infame?

O filme peca por só falar de e com surfistas estadunidenses. Duvido muito que não haja feras do estilo em outros lugares do mundo, como a Austrália ou o Brasil (aproveite para ler a resenha de Fábio Fabuloso). Outro ponto desfavorável é que ele fica um pouco redundante lá pelo final, batendo na um pouco demais na tecla do “as ondas gigantes são perigosas, mas maravilhosas”.

Merecem destaque as belas cenas das manobras, as animações de fotografias e a trilha sonora bacana, com nomes como Alice in Chains, The Hives, Soundgarden, Pearl Jam e, claro, Dick Dale com Misirlou.

Em suma, este documentário deve agradar em cheio aos fãs da nobre arte do surf, além de ser acessível e interessante até para quem não manja nada do assunto. Se bem que eu duvido que alguém que não seja um praticante ou um grande admirador do esporte vá assistir a um filme sobre isso.

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