Pantera – Vulgar Display of Power

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Até hoje lembro do meu amigo entregando uma fita cassete do Vulgar Display of Power. Ele me disse: “Cara, escuta isso. Você nunca escutou nada igual”. E ele estava certo. Umas duas horas depois eu já era fã de Pantera. Foi uma banda muito importante na minha adolescência. Músicas como Fucking Hostile foram de extrema utilidade em muitos momentos de revolta juvenil.

Numa época em que Heavy Metal tocava em rádios e estava no top 10 da MTV, era comum ver o Pantera transitando entre várias mídias. Antes de Vulgar Display of Power, eles já tinham lançando o maravilhoso Cowboys from Hell mas foi com o disco com a capa do soco na cara que eles alcançaram fama mundial. Ah, só para constar, eu sei que eles lançaram discos antes do Cowboys from Hell, mas realmente não os considero para a discografia do Pantera, já que são estilos bastante diferentes (a banda fazia Hard Rock farofa).

O disco começa com Mouth for War e já temos uma boa amostra do que viria a seguir. Pesada, riffs sensacionais, clássico. A new level traz um riff monolítico e mais lento e faz uma ponte para a próxima faixa, Walk. Outro clássico, música viciante e indispensável nos futuros setlists que a banda viria a ter.

Fucking Hostile é a mais agressiva do disco. E bota agressividade nisso. Tudo nessa música é agressivo. A letra, guitarra, bateria e vocal. Uma das minhas preferidas do disco. Para “acalmar” temos This Love. Essa balada no estilo Pantera talvez seja a música mais conhecida dos caras. E mesmo tendo escutado mais de mil vezes, não me canso dela. Rise tem um começo avassalador, e Vinnie Paul toca a bateria com uma raiva enorme.

Na segunda metade, temos um pouco de groove em No Good (Attack the Radical), o feeling de Dimebag tomando conta em Live in a Hole e os riffs fantásticos de Regular People (Conceit) fazem qualquer headbanger feliz. Depois de bater um pouco mais de cabeça com By Demons Be Driven, damos uma descansada com a quase-balada Hollow.

Considero Vulgar Display of Power um clássico absoluto. Para mim, ele está no mesmo patamar de petardos como Master of Puppets, Rust in Peace, Sabbath Bloody Sabbath, etc. Dimebag está no seu auge como guitarrista, Vinnie Paul mescla técnica com agressividade como ninguém e Phil Anselmo canta como se fossem seus últimos minutos de vida. Ah, e o Rex também não deixa a desejar se comparado à maioria dos baixistas de metal.

É lamentável ver uma banda dessas acabar do jeito que acabou. Primeiro a separação por causa do ego inflado do Phil Anselmo. Depois todas as chances da banda voltar foram minadas por causa do trágico assassinato de Dimebag. Eles nunca mais voltarão, assim como aqueles dias de adolescência quando eu ouvia Pantera num volume estratosférico. Mas pelo menos esses, ainda dá para relembrar.