O Sacrifício

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Se o amigo delfonauta é como eu, ao ver a imagem do pôster, já deve ter pensado que O Sacrifício é daqueles filmes de porrada que deram origem a Matrix. Você sabe, aqueles em que as pessoas voam e tudo parece saído de um videogame. Na verdade, ele está longe disso.

O que temos aqui é um drama bem pesado. Tu’an Gu dá um golpe para exterminar de uma vez todo o poderoso clã Zhao. Ele consegue fazer um massacre, mas um nenê sobrevive, graças a um imenso sacrifício do médico Cheng Ying. A partir daí, Cheng resolve criar o pimpolho com o objetivo de usá-lo para se vingar do caboclo que ordenou o golpe. Ele não esperava, no entanto, que o guri se afeiçoasse ao assassino de sua família.

Embora não seja um típico filme de ação chinês, o longa conta com algumas poucas e excelentes cenas de porrada. Algumas delas, como a da carruagem, logo no início, são de uma pintudice tão grande que poderiam até virar letra do Manowar. A tão esperada batalha final, então, é belíssima, e se não fosse pela ausência de superpoderes, poderia até estar no sensacional Herói.

O prato principal, no entanto, não é a porrada, que ocupa bem pouco dos 122 minutos de projeção. Este é um filme com uma história bem interessante e personagens muito bem desenvolvidos. Como é comum na narrativa oriental, até mesmo os vilões são bastante tridimensionais, e em muitos momentos você vai se surpreender com a forma que Tu’an é mostrado, tão distante do tratamento tradicional dado aos vilões.

Outra coisa que difere bastante do ocidente, e que muito me agrada no cinema oriental, é o uso de cores. Apesar de ser uma história densa e bastante triste, as cores são sempre vivas e vibrantes, e o sol está sempre brilhando gloriosamente. Isso é uma diferença imensa em comparação com o mundo cada vez mais marrom da cultura pop.

Além do belíssimo visual, a música também se destaca, deixando cenas que já seriam bastante tocantes ainda mais fortes.

Em suma, O Sacrifício é mais um excelente filme chinês, dos pouquíssimos que chegam aos cinemas brasileiros. Se você também gosta da sétima arte chinesa, vote com a sua carteira e vá assistir a este filme na telona. Além de curtir uma excelente e belíssima obra, vai incentivar as distribuidoras a trazerem outras para a nossa terrinha.