O Golpista do Ano

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Esse é um filme que eu estava curioso para conferir, única e exclusivamente por causa do seu título original (só conheci o nome nacional quando chegou o convite para a cabine). Admito que nada sabia dele, mas o título me fazia pensar que tratar-se-ia de um sujeito que realmente gosta de fumar e ia lutar por esse direito, ou algo do tipo. No mínimo esperava algo do nível de Obrigado Por Fumar. Dessa forma, você pode imaginar minha decepção ao constatar que o Philip Morris do filme não é a marca de cigarros, mas o personagem do Ewan McGregor. Senti-me enganado, sério mesmo. =P

Mas se não tem nada a ver com cigarros, do que a obra realmente trata? Bom, Jim Carrey é um golpista gay que eventualmente é preso. Na prisão, ele conhece o Evandro Gregório Filho e eles se apaixonam. Mas será que ele vai conseguir parar de dar golpes para curtir o sonho americano ao lado do seu loirinho de olhos azuis?

A primeira coisa que me chamou a atenção aqui foi a atuação do McGregor. Depois de vê-lo em um monte de papéis, sempre agindo exatamente da mesma forma que o Obi-Wan Kenobi, finalmente o sujeito se arriscou a mudar de personalidade. Mas quem diria que ele faria logo um gay extremamente afeminado? E pior é que ele convence no papel.

Infelizmente, o que não convence é a história. Ela em si já não é muito interessante, mas o roteiro também não ajuda e é repleto de furos. Fala sério, aquele último golpe não faz sentido nem mesmo com a narração do Jim Carrey explicando! Se pelo menos as piadas fossem realmente boas, isso não faria diferença, mas a mesma palavra pode definir tanto o humor quanto o roteiro, e essa palavra é: mé.

Dessa forma, a única coisa que realmente dá para destacar como positivo é que, embora conte a história de um casal gay, a sexualidade dos dois não é o foco e não é um longa panfletário. É apenas mais uma característica dos personagens. Infelizmente, isso é muito pouco para carregar um filme nas costas.

Talvez fosse melhor se eles tivessem seguido com a ideia original, mostrando um caso de amor de um sujeito com seu maço de cigarros. Ei, se japoneses namoram e casam com almofadas, nada mais natural que um estadunidense namorar um maço de cigarros, não acha?

Curiosidade:

– Brasileiro é um bicho engraçado. O Rodrigo Santoro só aparece aqui em duas pequenas cenas, e mesmo assim colocam o sujeito no pôster, com nome e tudo. Isso não deve acontecer em nenhum outro país.