Bem-vindo a mais um episódio da série “é legal, mas não é pra mim”. Hoje falaremos de Weird West, game que sai hoje, 31 de março de 2022, para PS4, Xbox One e Windows.

WEIRD, WEIRD WEST

Weird West é um RPG isométrico com grande foco no role-playing. Praticamente tudo no jogo dá para ser resolvido de várias formas. E elas podem envolver violência ou não. Deixa eu contar uma história.

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Se quiser ir ao banheiro antes, eu espero. Aperta A quando terminar.

Você controla uma moça que teve o marido raptado pela turma de um líder canibal. Depois de alguma investigação, ela descobre que o prefeito está envolvido. Hora de ir lá tirar satisfação.

AÍ, PREFEITO! QUAL É QUE É?

Chegando lá ele diz que tem informações sobre o maridão, mas não vai sair de graça. Ele quer que você pegue a escritura de uma fazenda. Você é obrigado a aceitar. Mas, ao chegar na fazenda, o dono te aborda, dizendo que não vai te dar a escritura. Se você ameaça pegar à força, ele diz que duvida que você terá força para vencer sua família, e que o prefeito já tentou e não conseguiu. O fazendeiro sugere que você olhe no porão do prefeito, pois ele esconde coisas lá que não quer que ninguém saiba. Aí começam suas opções.

Você pode sacar as armas e lutar com todo mundo que está na fazenda. Ou pode ir procurar o porão do prefeito. Eu fiz isso mas, ao voltar para lá, não consegui encontrar nenhum acesso ao porão. Explorei, explorei e desisti. Daí voltei à fazenda, pronto para dar uns tirinhos. Bangue-bangue!

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Imagem meramente ilustrativa.

Ao chegar lá, a família não me atacou. Então mantive minha pistola do amor dentro das calças e explorei. Entrei escondido na casa do cara, e usei um lockpick para abrir um compartimento trancado. Encontrei a escritura. Roubei e saí andando, sem ninguém da família saber o que tinha acabado de aprontar.

Voltei para o prefeito e dei a escritura para ele. Perdi um montão de reputação por ter cometido um crime grave. Mas consegui avançar a história. Este é Weird West. E eu sei que tem gente que pira o cabeção em jogos que dão esse tipo de liberdade.

PROFUNDIDADE

Praticamente todas as missões envolvem esse tipo de solução de problemas com várias opções. Mas você também precisa se preparar. Há sidemissions que envolvem capturar ou matar criminosos em troca de dinheiro. E daí com o dinheiro você compra armas, equipamentos, cavalos e até companheiros. Eventualmente pode não haver outra opção. Você precisa pagar para continuar (tipo para contratar um serviço essencial), sendo então obrigado a cumprir algumas sidemissions pra juntar dindim.

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Trocando uma ideia com o prefeito.

Como dinheiro é uma preocupação constante, esse é daqueles jogos em que você chega em um lugar e abre todas as gavetas uma por uma. Daí enche seu inventário de lixo, e vai até a cidade vender tudo. E sim, seu inventário é bastante limitado, e tudo ocupa espaço nele. Até mesmo talismãs e armas que você já equipou. Eu sinceramente não curto esse tipo de gameplay.

PIPOCOS EM WEIRD WEST

Algumas áreas são fases lineares de ação, mas mesmo essas costumam dar opções. Você pode se esgueirar pelas plantas e chegar do outro lado sem ninguém te ver. Ou, claro, pode sacar a arma e matar todo mundo. Em uma fase bem interessante, eu apertei um botão que chamou um carrinho de mina. Entrei no carrinho, apertei o botão novamente e simplesmente atravessei boa parte da fase sem ninguém me ver e sem esforço algum. Foi legal.

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Tá vendo eu lá dentro do carrinho?

Quando os tiroteios de fato começam, Weird West é tipo um twin-stick shooter tático. O gameplay é bem o que você espera do gênero, mas a munição é bem limitada, os inimigos são resistentes e você morre rapidinho. Há três opções de dificuldade e Weird West é bem difícil mesmo na mais fácil. Este não é um jogo de ação no estilo power fantasy. É um game estratégico, onde você deve se preparar para o combate, mas tentar evitá-lo a todo custo.

Isso explica porque estou escrevendo este texto. Eu sinceramente achei que ele fosse um twin-stick shooter estilo Dead Nation. Mas está muito para mais para um combo entre FalloutDisco Elysium.

RPGS ESTRANHOS

Um tempo atrás, eu simplesmente não jogava RPGs. Evitava como ainda evito hoje RTS, visual novels e roguelikes. Hoje em dia, em que todo jogo de alto orçamento é RPG, eu acabo jogando por falta de opção. Mas além de a maioria dos RPGs serem mais simples, eles também costumam ser lindões. Pense em Horizon Forbidden West. Além dos gráficos altamente técnicos, ele é mais simples de entender e de jogar do que o extremamente exigente Weird West. Este, por outro lado, é bem feio. Olha só essa imagem. Parece um meme de como não fazer UI.

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Juro que não é montagem. É assim que você vê o jogo o tempo todo.

A única forma de limpar a tela é ativando o “modo screenshot“, que simplesmente desaparece com tudo. Não há uma opção dinâmica, que faz sumir coisas que não estão sendo usadas naquele momento. E se você tirar qualquer missão do tracker, o mapa não vai mostrar onde você tem que ir para cumprí-las.

Some isso a um gameplay de ação que simplesmente não diverte, e Weird West é um tipo de jogo que eu consigo ver muita gente gostando. Mas eu não sou uma delas. O meu colega Yohan, por exemplo, talvez gostasse bastante. Então este é um daqueles textos delfianos em que eu explico como o jogo é, mas a minha opinião sobre ele não é tão importante, simplesmente porque não é o tipo de experiência que me agrada. Mas pode muito bem ser a sua. Então, se resolver jogar, volte aqui depois para me contar o que achou.