Hellish War – Keep It Hellish

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Eu conheci o Hellish War da forma mais legal que se pode conhecer uma banda: vendo-a tocar em um festival de metal no interior paulista há alguns anos. Gostei tanto do trabalho dos caras que me tornei um fã imediato e até descolei os dois álbuns que eles haviam lançado até então.

Quando o mais recente lançamento da banda, Keep It Hellish, chegou aqui na redação, fiquei bastante empolgado e fui ouvi-lo de imediato. Porém, devo confessar que eu não estava preparado para ouvir um disco tão pintudo.

A maior novidade sem dúvidas é a presença do novo vocalista, Abilio “Bil” Martins, e sua potência vocal majestosa. O sujeito canta com uma voz bastante agressiva, mas ele não tem problema nenhum em fazer agudos longos e empolgantes, mais ou menos como o Bruce Dickinson, embora as vozes sejam bastante distintas.

Empolgação, aliás, é o que não falta neste disco. A bateria de Daniel Person e o baixo de JR mudam de calmos para rápidos com uma grande frequência, o que faz com que nenhuma canção seja chata ou sobrecarregada. A dupla de guitarristas Vulcano e Daniel Job (este último também responsável pelos teclados), possui uma sinergia incrível e seus duelos de solos são simplesmente fenomenais. Além disso, absolutamente todas as canções possuem refrãos com aqueles backing vocals que parecem ser cantados por um coro de halterofilistas vestindo camisetas do Manowar. Dá para ser mais empolgante do que isso?

Também vale elogiar produção do disco, que está infinitamente superior em relação ao disco anterior, Heroes of Tomorrow. Isso mostra o quanto os caras cresceram e a dedicação e competência do produtor Ricardo Piccoli.

Talvez o único ponto negativo do disco, que não é tão grave assim, é que suas faixas possuem uma tonalidade bastante semelhante. Isso não quer dizer que todas as canções sejam iguais, mas faz você se perder um pouco quando resolve ouvir o álbum de cabo a rabo.

Isso também faz com que seja impossível destacar apenas algumas faixas sem deixar a sensação de estar cometendo uma injustiça com as demais. Mesmo assim eu recomendo a excelente abertura Keep It Hellish, a ótima The Challenge e a espetacular The Quest, que encerra o disco com nove minutos extremamente épicos.

Keep It Hellish é um álbum tremendão e altamente recomendável, de uma banda que sem a menor dúvida será um ótimo expoente do metal brasileiro lá fora.

CURIOSIDADES

– O Hellish War é uma banda de Campinas, São Paulo, a mesma terra do nosso webslave Homero. Quem disse que no interior o pessoal só gosta de sertanejo?

– Já eu sou natural de Piracicaba, uma cidade próxima a Campinas que é nacionalmente conhecida por seu sotaque ultra-caipira e por suas pamonhas.

– Quando eu comentei minha naturalidade aqui no DELFOS, o Corrales declarou que meu apelido delfiano oficial é “Pamonha de Piracicaba”. Eu sofro bullying até na redação.

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Nota
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Lucas Fernandes Corrêa
Lucas Fernandes Corrêa teve seu senso crítico forjado por games, HQs de super-herói e bandas de metal épicas que quase ninguém conhece. Para ele, quanto mais exagerado, prepotente, pomposo e gloriosamente ridículo for algo, melhor e mais divertido.
hellish-war-keep-it-hellishAno: 2013<br> Gênero: Power Metal<br> Duração: 67:52<br> Artista: Hellish War<br> Número de Faixas: 10<br> Produtor: Ricardo Picolli<br> Gravadora: Voice Music<br>