Edu Falaschi – Moonlight

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Quando Moonlight foi anunciado, eu fiquei com uma expectativa muito grande por dois motivos. O primeiro motivo foi relembrar de discos acústicos excelentes, como o Acoustic… But Plugged In! do Hangar e do Unarmed do Helloween, e o segundo foi o fato de Edu Falaschi ser um compositor de baladas excepcional. Afinal, seguindo este raciocínio, um álbum com baladas acústicas dos maiores sucessos do Edu teria tudo para dar certo, não é? Pois bem… não foi bem o que aconteceu. Não é que seja ruim, muito longe disso, mas poderia ter ficado melhor.

Moonlight, apesar de contar com arranjos excelentes e performances competentes, peca principalmente em não deixar o lugar comum, possuindo apenas algumas músicas excepcionais. O meu maior problema com o disco foi que a produção magistral não se traduziu em um trabalho atemporal, mas apenas “muito bom”, o que é algo, de certa forma, decepcionante. Mas vamos deixar de enrolação e falar do disco em si.

SOMEHOW I KNOW THAT THINGS ARE GONNA CHANGE

Lembra que eu falei que a produção estava magistral? E está mesmo. Os arranjos de todas as músicas estão realmente bons, e a parte instrumental, que por vezes conta com piano, violões, flautas e saxofones, está bastante consistente. Considerando a quantidade de instrumentos que aparecem ao mesmo tempo em certas músicas, como em Nova Era, é louvável que o trabalho tenha conseguido ser tão homogêneo.

Além disso, nesse disco Edu Falaschi traz sua performance mais segura desde o Rebirth, para o bem e para o mal. Assim como é possível ver que Edu canta de forma extremamente confortável, também é fácil ver que o vocalista optou por passar a maior parte do tempo na sua zona de conforto. Isso me incomodou um bocado, pois senti que a abordagem acústica permitiria que Edu construísse linhas vocais diferenciadas. Eu, que estou acostumado a ver um Edu Falaschi acima da média, uma performance apenas regular é algo que merece atenção.

I’M READY TO SURRENDER

Outra coisa que gostei bastante foi a preocupação em se fazer um arranjo diferenciado em certas músicas, que logicamente, se tornaram os pontos altos do play. Refiro-me a Arising Thunder, Wishing Well e Angels and Demons, canções que ganharam vida nova em Moonlight e merecem ser ouvidas. Por sorte nossa, Arising Thunder foi lançada no Youtube e pode ser ouvida abaixo. Atenção ao arranjo no estilo dos trovadores da Idade Média que combina muito com o tom épico da música.

A minha pequena frustração foi exatamente o fato de que são poucas as músicas que seguem este estilo. Tirando as citadas acima e Spread Your Fire, todas as outras são baladas bem diretas, sem arranjos diversificados, e acabam perdendo força. Aliás, a própria Spread Your Fire não me apeteceu muito, pois eu absorvi demais o Temple of Shadowspara aceitar uma versão em bossa nova da música. Perde toda a epicidade, pô!

AND THE BOAT WILL SINK AND NOW YOU PLAY MY SECRET GAME

A minha última crítica, que é mais um post scriptum do que uma crítica, é a ausência de mais músicas do Almah. Tirando Breathe, todas as faixas do disco são do Angra, o que é uma pena. Por que não fazer uma versão acústica de Birds of Prey, como já foi feito no Estúdio Showlivre? Ou mesmo uma regravação de Warm Wind? Uma pena.

Moonlight é um disco realmente bom, mas que tinha potencial para ser ainda melhor. Ainda que não alcance o nível que poderia ter, possui qualidades suficientes para justificar ser ouvido, mas não posso garantir que será o seu álbum mais tocado do momento. De qualquer forma, a minha dica é a seguinte: vá atrás de Moonlight e descubra você mesmo.