DeLorean – A máquina do tempo

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O DeLorean modelo DMC-12 foi criado por John Z. DeLorean, dono da DeLorean Motor Company, falecido em 19 de março de 2005. O carro esporte se destaca pela sua carroceria em aço inoxidável (não enferruja) e pelas portas que se abrem para cima (muito estiloso).

Aproximadamente 9.200 carros foram produzidos entre 1981 e 1983. Atualmente, existem apenas cerca de 6.000 em circulação. Por haver poucos exemplares produzidos, e por ser um carro esporte de design, não é um veículo popular, mas para colecionadores e, justamente por isso, foi um grande fracasso comercial.

Mas espera aí, este é o DELFOS ou a Quatro Rodas? Porque você está todo sério, falando de um carro esporte que nem mesmo foi um sucesso?

Muito simples, meu caro. Acontece que este modelo estaria fadado a cair no esquecimento se um certo cientista e inventor da ficção não o tivesse usado como a base de seu projeto mais ambicioso. E aqui começa um monte de SPOILERS mal-humorados. Então, se você ainda não assistiu aos filmes, pare de ler esse texto e corra para a locadora.

Ainda aqui, é? Então vamos lá. O Dr. Emmett L. Brown decidiu usar o carro para construir sua máquina do tempo. Primeiro porque a carroceria de aço inoxidável ajuda a dispersar o fluxo do tempo e depois, porque se você vai construir uma máquina do tempo num carro, faça-o com estilo. Tá certo, oras!

Porém, este DeLorean não funciona apenas à gasolina. Para acionar o capacitor de fluxo (aparelho que torna a viagem no tempo possível), é necessário algo mais forte, para gerar uma corrente elétrica de 1.21 gigawatts (que diabos é um gigawatt?), plutônio. Por Scott, isso é barra-pesada!

O deslocamento temporal ocorre quando o carango atinge exatas 88 milhas por hora (para nós, brasileiros, seriam 144 quilômetros por hora). Com um verdadeiro show de luzes, o deslocamento é instantâneo, deixando para trás apenas uma trilha em chamas.

No entanto, com um possante desses, o primeiro a dar uma volta pelo tempo foi… um cachorro! Doc Brown usou seu cãozinho Einstein de cobaia na primeira viagem temporal bem-sucedida da história. No entanto, para desespero de nosso bom doutor, quando chegou sua vez de dar um rolê no possante, os líbios apareceram e quem acabou indo parar em 1955 foi seu ajudante, Marty McFly.

Infelizmente, Marty não teve a oportunidade de levar plutônio extra para a viagem de volta e, para piorar, a ignição do carro também passou a dar problemas. Qual é, o DeLorean, de máquina dos sonhos ficou parecendo mais carro usado de pesadelo!

Enfim, o Dr. Brown de 1955 conseguiu bolar um meio de canalizar um raio diretamente para o capacitor de fluxo, gerando os 1.21 gigawatts necessários para mandar Marty de volta a 1985. É, só que ele se esqueceu de consertar a ignição, e o carro morre na hora H. Se McFly não tivesse usado a cabeça, teria ficado preso no passado para sempre.

Como você pode notar, essa primeira experiência da dupla, apesar de bem sucedida, teve lá os seus percalços. Nada que uma ida ao futuro não resolva…

Emmett deu uma passada em 2015 e fez algumas melhorias no carrão. Para começar, instalou um Mr. Fusion, um reator de fusão caseiro que gera os gigawatts necessários a partir de lixo comum. Os dias de roubar plutônio do Dr. Brown ficaram, literalmente, no passado (ou no futuro, caso você este em 1885).

Mas o melhor ainda estava por vir. Nosso querido Emmett também mandou converter o DeLorean velho de guerra num possante bólido voador. Oh, yeah!

Muito provavelmente, a conversão foi feita por Goldie Wilson III, pela salgada quantia de US$ 39.999,95. Mas o investimento valeu a pena, pois agora, para onde quer que eles vão, não precisam mais de ruas.

Agora sim o DeLorean se tornou uma perfeita máquina dos sonhos, tanto que até o velho Biff não resistiu e pegou o carro emprestado para dar um passeio lá por 1955 e visitar a si mesmo mais jovem. Vai falar que se você visse um carro desses na rua, com a porta aberta, também não ia aproveitar a oportunidade!

Entretanto, o carro voltou a dar problemas, dessa vez no painel de destinos da viagem temporal. Pô, esses caras precisam contratar um mecânico urgente!

Resultado: atingido acidentalmente por um raio, o Dr. Brown vai parar em 1885 e Marty fica preso em 1955.

Mas Emmett é esperto, outra razão para construir a máquina do tempo no DeLorean é que este carro é feito para durar. Ele o deixa escondido numa mina por 70 anos, para ser achado por Marty e o Doc de 1955 em perfeito estado de conservação.

Basta trocar o jogo de pneus e o carro está pronto para ir ao velho oeste. Chegando lá, mais maltratos para cima da máquina. Índios acertam uma flechada na mangueira de combustível, e como você sabe, a gasolina ainda não havia sido inventada na época.

Ao tentarem substituí-la por whisky, terminam de estragar de vez o carro. Esses dois simplesmente não cuidam desse possante como deveriam!

A solução é tentar usar outro meio para empurrar o carro até os 144 kph. Cavalos são imediatamente descartados, pois não são suficientemente velozes. Porém, um trem a vapor se mostra a solução ideal. Basta remover os pneus e encaixar o DeLorean nos trilhos. Depois, é só usar a locomotiva com lenha especial para empurrá-lo.

O plano é bem sucedido e Marty mais uma vez retorna a 1985, embora o bom doutor tenha ficado em 1885 para salvar a vida de sua amada Clara Clayton. Bom, o doutor ficou preso no passado, mas ao menos encontrou o amor e Marty voltou pra casa, então tudo acabou bem, certo?

Infelizmente não. Poucos minutos após voltar, o tremendão DeLorean é atingido em cheio por um trem na ravina Eastwood. Marty se salva por pouco, mas o carro/máquina do tempo é reduzido a pedaços. Sério, este momento sempre me deixa com lágrimas nos olhos.

Um final inglório para uma das máquinas mais tremendonas já criadas pelo cinema. Mas se nos filmes o final foi triste para o DeLorean, na vida real a exposição causada pelos filmes da série levantaram a popularidade do carrinho, tornando-o um dos automóveis mais famosos do mundo e sonho de consumo de qualquer nerd que se preze. Se vier com uma máquina do tempo embutida e já convertido para vôo, melhor ainda.

Momento mais tremendão: No final do primeiro filme, quando o carro levanta vôo pela primeira vez, deixando todo mundo de boca aberta.

Momento menos tremendão: Sem dúvida, o triste momento em que é destruído por um trem ao final de De Volta Para o Futuro Parte III.

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