O primeiro Deadpool, você sabe, quebrou a banca ao finalmente apresentar o herói fiel às suas características dos quadrinhos, com todas as loucuras, piadas, quebras de quarta parede e violência que ele pedia.
Ele fez muito sucesso de público e crítica, Ryan Reynolds finalmente teve sua redenção, e provou que nem todo filme de super-herói precisa ter classificação PG-13 para encher os cofres da produtora.
Logo, esperava-se muito de Deadpool 2. E ele entrega. E ainda por cima o faz seguindo exatamente a fórmula das continuações. Aquela que dita que uma sequência tem de ser maior, mais grandiosa que seu filme antecessor. Orçamento maior, mais ação, mais explosões, mais personagens, metragem maior. Tudo mais!
No novo longa, Wade Wilson se depara com um garoto mutante de grande poder, assim como uma grande raiva por conta de abusos sofridos. E vai acabar tendo de proteger o moleque do viajante temporal Cable, que volta até nossa época para matar o jovem mutante e assim evitar uma desgraça em seu futuro.
De forma bem resumida, esta é a sinopse que dá para contar sem estragar nenhuma surpresa. E acredite, o filme está recheado delas, e a grande maioria funciona muito bem.
Tudo que funcionava no filme anterior, seja a ação violenta e acelerada, seja o senso de humor anárquico, é amplificado neste e funciona bem. Sobretudo o humor. Se o primeiro já zoava com quase tudo, este aqui segue o mesmo exemplo. Tudo vira piada, do próprio roteiro do filme ao criador do personagem, o mestre Rob Liefeld, sobra para todo mundo. Ele se dá bem inclusive quando repete situações humorísticas do primeiro filme.
SEREMOS CONHECIDOS COMO A X-FORCE
É de gargalhar alto, e mais uma vez um filme do Deadpool se coloca como forte candidato a comédia do ano. A presença da X-Force, e a turminha dos X-Men e o pessoal humano que retornam do primeiro filme, como Dopinder e o Fuinha, garantem grandes momentos de pura gargalhada.
Contudo, achei as sequências de ação, embora grandiosas, um tanto genéricas. E olha que o filme é dirigido por um dos caras que comandou o primeiro John Wick. Acho que, por conta disso, eu esperava tiroteios e pancadarias um pouco mais estilosos. Nesse quesito, a coisa que eu mais gostei foi como funcionam os poderes de sorte da Dominó.
Cable já havia sido anunciado desde o final do filme anterior. Nos quadrinhos ele chegou a dividir revistas com o sr. Pool e tudo mais. Bem, Josh Brolin está bem bacana visualmente como o mutante do futuro e faz aquela interpretação do sujeito durão com voz de cascalho. E é basicamente isso.
Ele é uma presença que move a trama, que causa a ação, mas onde falta desenvolvimento. E, sobretudo, carisma, principalmente quando está lado a lado com o Deadpool de Ryan Reynolds, uma metralhadora de piadas. Essa falta de equilíbrio entre os dois personagens foi algo que também me incomodou um pouco, mas não chega a refletir no saldo final da produção.
Deadpool 2, seguindo a fórmula consagrada das continuações, é muito bem sucedido em ser maior que seu antecessor em tudo, inclusive em qualidade. Prepare-se para rir horrores com as piadas metalinguísticas e politicamente incorretas do personagem e sair do cinema com um sorriso de orelha a orelha após assistir a um excelente filme de ação e comédia.
CURIOSIDADE:
– Há algumas cenas pós-créditos, então fique na sala. E pelo menos duas delas sozinhas já valem o preço do ingresso!
LEIA MAIS SOBRE OS X-FILMES:
– X-Men: O Confronto Final – Muitos mutantes e muita história para pouco filme.
– X-Men Origens: Wolverine – Tudo errado no primeiro filme solo do carcaju.
– X-Men: Primeira Classe – Um novo começo.
– Wolverine: Imortal – No Japão e sem fator de cura.
– X-Men: Dias de um Futuro Esquecido – O encontro de gerações.
– Coletiva X-Men: Dias de um Futuro Esquecido: Patrick Stewart e James McAvoy – Os Professores Xavier passaram pelo Brasil.
– Deadpool – O mercenário falastrão ganha o filme que merecia.
– X-Men: Apocalipse – É o fim do mundo como o conhecemos.
– Coletiva Logan: Hugh Jackman – Hugh Jackman se despede do carcaju no Brasil.
– Logan – O fim de uma era.