Darksiders Warmastered Edition: agora para Nintendo Switch

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Desde o final do ano passado, quando Darksiders 2 ganhou seu remaster, eu estou com vontade de jogar de novo o jogo original, que sempre considerei superior à continuação, especialmente por não perder tempo com características de RPG que não me agradam, como estatísticas de armas e de armaduras.

Este post foi publicado originalmente em 5 de dezembro de 2016. Republicamos hoje por causa do lançamento do jogo para Nintendo Switch esta semana.

Por isso, fiquei bem animado quando o remaster de Darksiders foi anunciado. Na semana do lançamento, então, ficava checando meu e-mail a toda hora torcendo para que o código de review chegasse logo. Quando finalmente chegou, e eu pude aplacar minha vontade de jogá-lo… bem, há algo estranho neste relançamento. Como já temos uma resenha aprofundada do jogo em si, vou focar no remaster por aqui.

Basicamente, o que você precisa saber é que Darksiders é um jogaço. Se você não jogou ainda e tem interesse no gênero, jogue. Se jogou o relançamento do segundo e gostou, jogue. Se já jogou… bem, este texto é para você.

UMA INTRODUÇÃO BÁSICA

Darksiders é um metroidvania que deixa bem clara suas influências. Ele traz referências claras a jogos como Devil May Cry, God of War e, surpreendentemente, Portal. Suas influências são alguns dos melhores jogos da última década e, por ser de um gênero diferente de suas inspirações, ele consegue ser único ao combiná-las de forma exemplar.

Ele traz também um universo muito bacana, com uma estética de quadrinhos bastante interessante, e conta até com o Mark Hamill fazendo sua voz de Coringa para outro personagem.

Ele tem um combate bacana, controles excelentes e uma das minhas trilhas sonoras preferidas, cheia de músicas épicas e empolgantes. É um jogaço.

WARMASTERED EDITION

Porém, não demora para os problemas desta nova versão aparecerem. Logo na primeira cutscene com diálogos, você vai perceber que a sincronia está errada, um problema que não existia na geração passada. E está muitos segundos errada, a ponto de, mostrar War mexendo os lábios enquanto outro personagem está falando, por exemplo, o que é bem distrativo.

Além disso, em quase todas a cutscenes há um problema no som, que faz com que estalos saiam das caixas de som. Este problema aconteceu tanto nas minhas caixas de som tradicionais quanto em fones de ouvido, e incomoda bastante.

Como é comum em remasters, Darksiders: Warmastered Edition visa trazer 1080p de resolução a 60 FPS. Infelizmente, é comum que os FPS caiam com frequência, especialmente se você jogar por períodos longos. A coisa é tão grave que eu me via obrigado a sair do jogo e abrir de novo para conseguir jogar, coisa que não fazia desde a época em que jogava no PC. E isso acontecer em um relançamento de um jogo que rodava redondo no PS3 é ainda mais estranho.

Uma última característica que incomoda, mas é menos grave, é que há telas de loading para pausar, despausar e abrir o mapa. Sinceramente, eu não me lembro se já tinha isso no PS3, mas parece o tipo de coisa que uma otimização em uma máquina muito mais potente como o PS4, poderia resolver.

Curiosamente, há suporte para o PS4 Pro, e quero acreditar que essas coisas não acontecem no novo modelo, mas é um tanto imperdoável que elas aconteçam no PS4. Não cheguei a testar no Xbox One, mas acredito que lá as coisas sejam iguais ou piores, uma vez que a máquina em si é menos potente.

Darksiders já era um jogo completo, um dos últimos lançamentos antes de os games começarem a ser fatiados via DLCs e coisas assim. Isso tem um lado negativo, pois não há conteúdo novo em Warmastered Edition, não trazendo novidades para aqueles que já vivenciaram o jogo anos atrás.

GUERRA X MORTE

Jogando Darksiders 1 pouco depois de ter jogado o segundo, também vejo que talvez minhas decepções com as características de RPG introduzidas no segundo jogo tenham me feito julgar mal a sequência. Darksiders 2 traz sim, muitas melhorias consideráveis. Ele tem mais personalidade, uma vez que deixou suas influências mais no campo das influências. A movimentação também melhorou muito, o que deixa os dungeons mais variados e divertidos. A seu favor, o primeiro tem cenários mais variados, puzzles muito criativos e bem pensados e batalhas com chefes simplesmente sensacionais, mas em quase todo o resto o segundo é superior.

Jogando hoje, o primeiro também traz alguns problemas de gamedesign que incomodam, como em duas vezes em que você é obrigado a cumprir challenges para avançar. Coisas pentelhas como “mate 40 inimigos no limite de tempo” ou “vença todos utilizando apenas contra-ataques”. A falta de um new game + também é sentida, uma vez que seria bem legal explorar o mundo tendo desde o início todas as habilidades.

Outra coisa que incomoda no primeiro são os checkpoints e saves. Sempre há um checkpoint antes dos chefes, mas ele fica antes da cutscene. E apenas as cutscenes mais longas são puláveis. Além disso, mesmo que você chegue no chefe com a energia cheia, depois de morrer ele não recupera todo o life, mas mesmo assim faz com que eventuais baús que poderiam fazer isso para você sumam.

Sobre os saves, caso você precise parar de jogar no meio de um dungeon, ele até mantém seu progresso (puzzles, itens e afins), mas quando volta a jogar coloca você na porta de entrada, obrigando a andar até o local em que parou de jogar, o que nem sempre é fácil, uma vez que o layout dos dungeons é bem complicado.

CADÊ DARKSIDERS 3?

Embora não tenha sido anunciado até o momento, com os relançamentos dos jogos antigos e o ressurgimento da THQ como THQ Nordic, os fãs agora acreditam que uma continuação de Darksiders possa de fato estar sendo feita. Quem sabe com um lançamento previsto para o final de 2017?

Sacrifiquemos nossos bodes para que isso seja oficialmente confirmado logo, mas enquanto isso, podemos curtir os dois excelentes primeiros jogos na geração atual. É uma pena que Warmastered Edition não tenha recebido o tratamento caprichado que merecia.

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