Embora tenha um início independente, as Tartarugas Ninja são um grande império de mídia hoje. Só aqui no DELFOS já cobrimos pelo menos duas séries de filmes de cinema, jogos antigos e recentes e estamos longe de parar por aí. Afinal, eu sou um fã das personagens. O tema de hoje é o novo longa em animação As Tartarugas Ninja Caos Mutante.
E veja só, por pura coincidência eu ando vendo e revendo bastante coisa delas. No último final de semana, assisti a Tartarugas Ninja 3 com a pimpolha (aquele mesmo que elas vão ao Japão e todo mundo odeia). No dia desta sessão, eu terminei de ler O Último Ronin, aquele gibi que conta a última história das personagens e que está programado para virar um game de ação AAA estilo God of War. Ou seja, eu ando bem no clima das Tartarugas Mutantes Adolescentes Ninja.
AS TARTARUGAS NINJA CAOS MUTANTE
Caos Mutante é mais um filme de origem das Tartarugas Ninja. Esta história já foi contada no cinema várias vezes, e eu assisti a todas elas. Mas admito que nunca tinha visto desta forma.
Quando o filme começa, as turtles ainda não são heróis. São apenas jovens, naquela parte mágica da vida que acontece entre o fim da infância e início da adolescência. Elas já foram treinadas nas artes marciais pelo Mestre Splinter, mas apenas para se defenderem, não para lutar por um ideal ou pela honra da família. Suas aventuras se resumem a ir à superfície pegar suprimentos e, se pá, assistir a Curtindo a Vida Adoidado em um drive-in. Mas elas sonham em se misturar à sociedade dos humanos.
É então que elas fazem um plano para serem admiradas, e não temidas. Ao ficar sabendo dos terríveis assaltos do Supermosca, resolvem impedí-lo, enquanto sua nova amiga April O’Neil filma tudo. Confusões vêm aí.
CURTO, MAS GOSTOSO
O filme é bem curtinho, mas faz um excelente uso do seu tempo. Os personagens são muito bem desenvolvidos, sendo ao mesmo tempo familiares e diferentes. Eu gostei muito dessa interpretação em que as tartarugas são mais crianças, tanto em personalidade quanto em visual. O Donatello e o Michaelangelo, por exemplo, estão extremamente fofinhos. Eles falam com vozes de criança e agem como tal.
Mesmo outros personagens conhecidos que aparecem aqui, como Bebop, Rocksteady e a própria April, estão diferentes, injetando uma aura de novidade em uma franquia que todos conhecemos muito bem.
Para completar, o visual é simplesmente fantástico. Lembra o Aranhaverso no fato de ser totalmente estilizado, e é um estilo que me agrada muito. Não apenas o estilo de desenho, mas a própria interpretação visual diferente dos personagens, como a April agora ser gordinha.
HEROES IN A HALF SHELL
O filme também caminha para um final diferente, que muito me agradou. Temos aqui uma história completa, o que não significa que não pode haver continuações, mas que se não houver, já termina bem. Isso, claro, se você ignorar a cena que vem durante os créditos, que está lá só para incitar uma continuação e nos lembrar que tudo hoje em dia quer ser uma grande franquia e não existem mais histórias independentes. Eu sinceramente passei de empolgado com o final a decepcionado assim que a cena dos créditos começou, pois já tinha uma boa ideia do que viria por ali – e veio.
De qualquer forma, Tartarugas Ninja Caos Mutante ainda é muito mais fechadinho do que outros filmes de grandes franquias lançados nos últimos anos – certamente mais do que Aranhaverso, que talvez seja sua comparação mais direta. Mas a necessidade de colocar uma migalha, um cliffhanger, depois que a história terminou – muito bem – é algo que me incomoda desde muito antes de virar uma regra comercial.
A boa notícia é que praticamente tudo que vem antes disso é muito legal. Tartarugas Ninja Caos Mutante é um filme alegre, divertido, otimista e muito, muito bonito visualmente. É a interpretação mais kid friendly das Tartarugas desde o desenho clássico dos anos 80, e elas funcionam desta forma muito bem. É o filme ideal para levar as crianças e, com um pouco de sorte, iniciá-las neste fantástico universo com criaturas mutantes, cultura urbana e tradição oriental.
