Colony

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Ao chegarmos ao Souza Lima, fomos recebidos pelo guitarrista Theo Machado, que nos levou para conhecer a banda e furar a fila para podermos escolher um lugar melhor que todo mundo (eu adoro esses benefícios de imprensa ).

Após uma rápida apresentação do projeto, presidida pelo batera Fabiano Manhas e pelo tecladista Rodrigo Simão (que também toca teclado no Dr. Sin), o show começa com a pesada Lady Butterfly. Mas aonde está o vocalista? Assim que faço essa pergunta, vejo um corcunda narigudo (veja foto aí em cima) entrando no palco lentamente e olhando para a platéia como um animal em um daqueles Freakshows do passado. Logo em seguida, ele joga uma bombinha de fumaça no chão e vemos que o corcunda é, na verdade, o vocalista Ricardo Guess. Pensei na hora: “Puxa, eu sempre quis brincar com uma dessas. O cara deve adorar esse começo de show”.

Para quem não conhece a banda, eles fazem um belo Prog Metal com todas as características que os fãs do estilo adoram, com muitos solos e técnica instrumental altíssima, além de uma presença de palco empolgante, com destaque para o vocalista que, além de agitar da forma tradicional, também fica fazendo umas caretas muito engraçadas. Outro que merece destaque é Rodrigo Simão, que toca seu teclado com uma presença que lembra muito a de um maestro. Infelizmente, o instrumental estava um pouco alto demais (especialmente se levarmos em consideração o tamanho do auditório) e o vocal estava difícil de ser ouvido.

Quando a música termina, um pequeno solo do tecladista é executado, no qual ele tocou um trecho de dois clássicos da música: Tocatta e Fuga, de Bach e Perfect Strangers, do não menos clássico Deep Purple. Seguem com a melódica Echoes, na qual o vocalista fingiu estar pintando um quadro, que já trazia um cenário “pré-pintado”. Ao término da música, Theo, o guitarrista, começa seu solo, enquanto Guess continua pintando o seu quadro, dessa vez de verdade, atitude que seguiria durante todo o show.

Wake Up vem a seguir, emendada com Look At The Horizon, ambas bem empolgantes e que denunciam as influências clássicas da banda. A instrumental Fight Of Gods é a próxima e traz um generoso solo de bateria (eu já disse que eu não gosto de solos individuais de bateria?).

O vocalista volta a assumir seu posto e apresenta a próxima música Colonizer Part I – The Marching Time, dizendo que é uma música que fala sobre amar a vida e saber ser feliz. Essa música é uma bela balada, com um lindo solo de guitarra repleto de feeling. Obviamente, a próxima música é a segunda parte de Colonizer, que, apesar de estar grafada no material entregue à imprensa como The Jorney, acredito que seu nome seja The Journey (errar é humano, sem problemas), que traz de volta o peso da banda e suas influências clássicas, novamente com destaque para belo solo de guitarra.

Os músicos são apresentados pelo vocalista e começam a tocar a última música, Living Like An Angel, também dividida em duas partes, sendo a primeira lenta e a segunda pesada e empolgante, daquelas de cantar junto mesmo, dando aquele clima de final de show.

A banda agradece a presença de todos e abre espaço para perguntas da platéia. Dessas perguntas, a parte mais interessante foi o momento em que todos os músicos falaram suas influências. Vamos por partes.

Rodrigo Simão (teclado) foi o primeiro e suas influências são até óbvias: Keith Emerson, Rick Wakeman e o arroz de festa Jon Lord. Também declarou que tocar Hammond é complicado, pois “se você não souber usá-lo, ele te engole”. O baixista Victor Martins fala em seguida: Geddy Lee, Billy Sheehan e o deus Jaco Pastorius.

Quando chegou a vez do guitarrista Theo Machado, Guess interrompeu falando com voz extremamente aguda “Petrucci, Petrucci, eu amo o Petrucci”. Após risadas gerais, Theo revela ter sido iniciado por Metallica, mas suas principais influências são Petrucci, Vai e Morse. Também destacou Edu Ardanuy que, segundo ele, utiliza o bom gosto a favor da música.

Fabiano Manhas (bateria) foi surpreendente: Van Halen e Dream Theater, apesar de não gostar mais de Drem Theater há quatro ou cinco anos. Musicalmente falando, fui influenciado por Satriani, Vai e até Sertanejo.

A hora da vingança chegou e quando Guess pegou o microfone, Theo interrompeu falando com a mesma voz extremamente aguda “Dio, Dio, adoro o Dio”. Risadas gerais novamente e o vocalista começou dizendo que suas primeiras influências foram Bach e Mozart, mas que, aos sete anos, teve seu primeiro momento de rebeldia quando conheceu Ozzy Osbourne. “Chega de ser bonzinho, quero ser igual a ele” comenta. E continua: “Hoje considero Ozzy um artista, mas como vocalista eu quis mais, então conheci Ronnie James Dio e Ian Anderson, além de Peter Gabriel, que me influenciou muito, performaticamente falando. Também gosto de Malmsteen, Blackmore e até do Dave Mustaine”.

Como ninguém mais parecia ter perguntas, a banda novamente agradeceu a platéia, que começou a pedir bis. “O que vocês querem ouvir?” perguntaram e a galera responde: “Metropolis!”. Falaram então que nessa data seriam apenas músicas do Colony e tocaram mais três reprises: Wake Up, Echoes e Lady Butterfly.

O show termina e a banda, muito atenciosa, continua no recinto conversando com a galera. Foi um ótimo show, mas deixou aquela vontade de conhecer a Ópera Rock da banda, batizada de Amada Imortal e que conta até com presença de atores interpretando a história, coisa que nem o Avantasia (uma das Metal Operas mais bem sucedidas) fez. Infelizmente, não existe previsão para as próximas apresentações do projeto, mas espero ter o prazer de assistí-lo em breve.

Quer conhecer o trabalho do Colony? No site www.colonyweb.cjb.net tem duas músicas completas para download. Vai lá, meu! E, Rodrigo, ainda estou esperando as batatinhas.

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