Análise Starlink, Starlink: Battle For Atlas, Ubisoft, Delfos

Starlink: Battle For Atlas é a nova franquia da Ubisoft. Trata-se de um jogo de navinhas em mundo aberto que chamou a atenção por ter participação da galera de Star Fox na versão do Nintendo Switch. Eu joguei o dito-cujo no Xbox One, então nada de raposas espaciais para mim. Esta é nossa análise Starlink: Battle For Atlas.

ANÁLISE STARLINK: BATTLE FOR ATLAS

Uma coisa legal de jogar uma nova franquia é que, por mais que você saiba o que esperar, sempre rola alguma surpresa. No caso de Starlink, eu imaginava que seria um jogo de navinha tradicional. Para minha surpresa, a maior parte do jogo acontece em planetas, e não no espaço.

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Os planetas são habitados por vários bichinhos simpáticos.

Sim, dá para alçar voo a qualquer momento, mas em geral a navinha se movimenta nos planetas como se fosse um hovercraft. Um hovercraft que pula! O espaço é basicamente um hub enorme, onde você pode escolher o próximo planeta que vai explorar.

Dentro dos planetas, a coisa funciona basicamente como um mundo aberto tradicional. Cada planeta tem uma pá de atividades e, como anda na moda atualmente, sidemissions infinitas, geradas aleatoriamente.

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A história, por outro lado, é bastante linear, com uma missão depois da outra, e levando você a explorar a maioria – mas não todos – dos planetas disponíveis.

PEW-PEW!

O melhor de Starlink: Battle For Atlas é seu combate. Há várias armas e você pode equipar uma de cada lado da nave, e ativá-las com o gatilho correspondente. As armas têm efeitos diferentes, como gelo e fogo, combinação que se mostrou mortal e que eu usei durante quase toda a campanha.

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Starlink tem as explosões mais bonitas que já vi em um game.

Atire com o gelo e depois com o fogo e seus desafetos sofrem choque térmico. Poucos resistem a isso, mas contra os que resistem, você pode trocar as armas equipadas a qualquer momento.

Além da enorme quantidade de combinações de danos possível, ainda dá para modificar cada arma com vários mods, que podem aumentar o dano, a estabilidade e outras estatísticas. Cada uma das várias naves disponíveis também pode ser modificada com estes mods, que vêm classificados naquele sistema de cores tradicional de RPGs (verde, azul, roxo e dourado, em ordem crescente de qualidade).

RPG

Este é o ponto mais fraco da jogabilidade para mim. Como um RPG baseado em loots, você vai pegar vários mods diferentes por minuto. Isso significa que você vai passar um bom tempo comparando estatísticas e pensando quais potencializam o dano de cada arma.

Além dos mods, dá para modificar cada nave com asas diferentes que, adivinha só, também afetam o gameplay.

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As naves ficam parecendo frankensteins que voam.

O legal é que, quando você altera uma parte da nave, ela aparece no jogo sendo montada, como se fosse um Lego. A parte ruim é que é comum o save apagar toda a configuração que você fez.

Então eu passava um bom tempo montando naves com armas e asas diferentes para cada um dos três loadouts configuráveis. A ideia é já ter uma nave prontinha para cada tipo de desafio. Porém, várias vezes aconteceu de o jogo apagar tudo isso e, ao carregar o save, eu ter que montar tudo de novo. Logo desencanei de três ter loadouts diferentes e montava apenas a que estava usando. Seu progresso na história não é apagado, apenas a configuração das naves. Isso deve ser corrigido eventualmente, mas o problema ainda existia até o fechamento desta resenha.

MISSÕES

Eu gostei muito do combate, e embora não curta essa customização toda de um RPG, sei que isso faz parte do status quo dos games atuais. Porém, as missões de história de Starlink: Battle For Atlas são bastante inferiores às que vemos, por exemplo, em Assassin’s Creed Odyssey, para comparar com outro jogo da Ubisoft.

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A coisa nunca sai daquele esqueminha de “vai até ali, pega um troço, volta até aqui”. E a história também não é muito inspirada, ainda que o visual cartunesco, o humor e as interpretações sejam bem legais, lembrando até Ratchet & Clank.

A coisa culmina em uma épica batalha contra uma nave enorme chamada Dreadnought, que lembra um Destroyer Imperial de Star Wars. Trata-se de um chefe bacaníssimo e bem divertido, mas é depois disso que o jogo começa a se estender demais. E olha que ele nem é tão longo.

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Logo que você elimina o Dreadnought, três outros aparecem. Daí o jogo te ensina a fortificar a aliança, em um demorado e trabalhoso processo que pode levar cada planeta de 0% a 100%. O primeiro é mostrado através de missões de história, mas a partir daí o jogo simplesmente te solta e fala “agora vá fazer a mesma coisa nos outros dois setores e, eventualmente, em todos os planetas”.

É exatamente o mesmo design que estragou, por exemplo, Mafia III. Para ser justo, no entanto, Mafia III é inteiro apenas isso. Starlink, por outro lado, tem um tanto de jogo antes de desistir.

TEMOS UM PADRÃO

É curioso, mas a Ubisoft costuma começar suas franquias de forma meio capenga e depois aperfeiçoar absurdamente na segunda parte. Foi assim, por exemplo, com Watch DogsAssassin’s Creed. O primeiro Assassin’s Creed tinha potencial, mas apresentava missões bastante repetitivas. O mesmo pode ser dito de Starlink: Battle For Atlas.

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Curiosamente, o mais difícil eles fizeram: criaram uma jogabilidade única, um jogo de navinhas que não segue a fórmula dos jogos de navinha. Talvez com mais algum tempo de desenvolvimento, Starlink: Battle For Atlas pudesse ser realmente especial. E é exatamente por isso que eu acredito que Starlink 2: Live to Fly, Fly to Live pode ser um jogaço. Fico torcendo.

CURIOSIDADE:

Uma inovação deste jogo é que você pode comprar as navinhas em brinquedos físicos, encaixá-las no controle e usá-las no próprio jogo.

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Tipo assim.

Este review foi feito baseado em uma cópia digital, e acredito que aqui no Brasil estes brinquedos saiam pelos olhos da cara, mas a ideia é interessante e deve agradar a criançada ter uma versão física da navinha que controlam no jogo.