O delfonauta já ouviu falar de Cotton? É uma série de jogos de navinha bem antiga e prolífera, muito mais popular no Japão. O marketing da série diz que ela é a criadora do gênero cute’em up, do qual você provavelmente nunca ouviu falar. Traduzindo, é um jogo de navinha fofinho. E esta é nossa análise Cotton Fantasy, lançamento mais recente da série, que sai para PS4 e Switch em 20 de maio de 2022.

ANÁLISE COTTON FANTASY

Analisar Cotton Fantasy é quase como analisar The House of the Dead Remake. E não digo isso porque ambos são shoot’em ups. A questão é que eles têm suas origens nos fliperamas. E isso causa alguns problemas quando são lançados como jogos modernos.

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O modo história de Cotton Fantasy pode ser terminado em cerca de 40 minutos. Ou seja, é a duração padrão de um arcade. Ele tem uma pá de personagens jogáveis bastante diferentes entre si, e dá para escolher a ordem das fases. Na sua primeira partida, será necessário jogar todas as disponíveis. Porém, cada vez que você termina o modo história, liberará novos personagens e/ou fases. Então é um jogo que cresce a cada nova campanha.

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O mapa de seleção de fases. As estrelas azuis são as fases padrão. A amarela foi destravada após uma campanha.

Então Cotton Fantasy é um jogo muito rápido para terminar, mas que demora muito – e exige muita repetição – para ver tudo que oferece. Particularmente, antes de escrever esta análise Cotton Fantasy, joguei até o fim algumas vezes, e ainda estava destravando coisas. Porém, já estava enjoando, e não acho que devo voltar a ele num futuro próximo.

A ESTÉTICA DOS FLIPERAMAS

Se tem uma coisa na qual Cotton Fantasy detona é como ele recria fielmente a estética dos fliperamas. Temos aqui um jogo em 2D, porém não pixelado. Seus desenhos são feitos à mão, e são lindíssimos. Tecnicamente, Cotton Fantasy não vai impressionar tanto quanto um The Last of Us Pt. 2. Porém, ele tem muito mais potencial de chamar a atenção das pessoas que moram com você, e de arrancar comentários na linha “caramba, olha esse jogo” ou “que jogo lindo”.

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Ou a combinação multiuso “Caramba, que jogo lindo!”.

Assim como os flipers de outrora, tudo em Cotton Fantasy foi criado para chamar a atenção. Há vozes a rodo, as músicas são altas e chamativas. E os cenários trazem efeitos constantes de zoom e rotação. Esses efeitos são banais em 3D, mas ainda me impressionam em jogos 2D.

Se você teve um Mega Drive, provavelmente a frase “jogo da Treasure” tem um significado forte na sua vida. E Cotton Fantasy parece muito um jogo da Treasure.

ANÁLISE COTTON FANTASY E A VARIAÇÃO DE GAMEPLAY

Também é curioso como os personagens jogáveis são diferentes. A Cotton, por exemplo, troca de armas conforme você coleta cristais, e morre quando qualquer coisa encosta nela. Já outra tem um limite de tempo que dubla de barra de vida. Pegar cristais aumenta esse tempo, e tomar dano diminui. Além disso, ela tem três armas o tempo todo, e pode alternar entre elas a qualquer momento, sem depender de pegar nada.

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Além dessas, tem vários outros heróis, e cada um funciona de forma bem diferente dos outros. Há até um tutorial para cada um, explicando as nuances de seu gameplay. Então é verdade que falta sustância em Cotton Fantasy – como em qualquer arcade – mas é claro o capricho e cuidado com o qual ele foi desenvolvido.

JOGUE COMO QUISER

Ele também é um daqueles jogos que fica tão difícil quanto você desejar. Ao usar um continue, sua pontuação é zerada. Ou seja, se seu objetivo for fazer muitos pontos, é necessário ir longe sem morrer. E isso é muito difícil. Ou vai dizer que você desvia com facilidade disso aqui?

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Lembre-se que, com a maioria dos personagens, qualquer coisa que encostar te mata.

Porém, se não se importar com pontuação, tem continues infinitos. Assim o desafio fica banal, e qualquer pessoa consegue ir até o final da história, por piores que sejam suas habilidades. Eu gosto disso, você sabe. Games têm que ser mais amigáveis e acessíveis, e Cotton Fantasy consegue ser os dois.

E assim termino esta análise Cotton Fantasy. Estamos falando de um jogo lindíssimo e impressionante. A primeira campanha é simplesmente fantástica. Depois disso, seu aproveitamento vai depender muito da sua tolerância a repetição e vontade de destravar tudo. É um estilo que deve ser bem difícil vender hoje em dia. Deve ser complicado precificar uma experiência assim. É algo perfeito para um sistema como o Game Pass. Eu sinceramente não sei dizer se gastaria dinheiro com Cotton Fantasy, mas é o tipo de game que fico feliz de ter na minha coleção. E você?