Akira, o anime de 1988, é tido como o grande responsável por popularizar as animações japonesas no ocidente. Eu me lembro que assisti pela primeira vez quando era criança e, mesmo não entendendo quase nada da complexa história (ei, eu era criança!), chapei o coco com o nível de violência e com a moto do Kaneda.

Ah, essa moto!

Claro que o longa dirigido por Katsuhiro Otomo era baseado em seu próprio mangá, que inclusive também foi publicado por aqui à época, pela editora Globo, mas no formato de leitura ocidental e colorizado.

O que importa é que a editora JBC começou a republicar a obra e o primeiro volume (de seis) acaba de sair. Por conta de minha ligação afetiva com o filme (que reassisti diversas vezes depois daquela primeira experiência de infância), decidi escolhê-lo para ser o meu primeiro mangá. Pois é, eu nunca tinha lido uma HQ japonesa, mas nunca é tarde para tirar essa mancha do currículo nerd.

TETSUOOOOOOO

A nova edição segue o padrão de leitura japonês, da direita para a esquerda. Assim, o estranhamento já começa quando você pega o livrão pela primeira vez, já que ele está ao contrário, com a capa onde deveria ser a contracapa e vice-versa. Até aí ok, comece pelo final e vá seguindo em direção ao começo, pensei comigo mesmo.

As primeiras dez páginas estavam estranhas, parecia não fazer muito sentido. Até que me toquei que a ordem dos painéis nas páginas também seguiam esse padrão oriental. Ei, não é fácil reeducar seu cérebro quando você passou a vida inteira tendo apenas um modo de leitura!

Precisei voltar umas três vezes até entender a sequência certa dos painéis, mas depois disso a coisa embalou e parei de me embananar com a ordem dos quadros. A partir daí a coisa fluiu que é uma beleza e matei as cerca de 360 páginas em poucos dias.

Obviamente, o anime era muito mais condensado e aqui é tudo muito mais desenvolvido e com subtramas inexistentes no desenho. Ele é até mais cômico do que eu imaginava, com os personagens fazendo aquelas expressões faciais exageradas típicas dos desenhos japoneses.

Mas isso não quer dizer que o nível de violência também não esteja presente, pois está. Inclusive, o final deste primeiro volume é bem sangrento e deveras emocionante. Quando acabou, mal podia esperar para ler o volume seguinte. Mas terei de esperar, não há uma previsão exata para o lançamento do segundo volume, que só deve sair lá pelo final do ano. Enquanto isso, só posso expressar minha ansiedade com: Tetsuooooo!