Antes de Assassin’s Creed Odyssey chegar aqui na redação, eu já sabia que ele era grande. Estou jogando o dito cujo há uma semana, durante a qual acumulei quase 50 horas (como base de comparação, a maioria dos brasileiros trabalha 40 horas em uma semana) e não explorei nem 30% do mapa. A história principal quase não andou, pois fiquei muito ocupado fazendo sidequests. Diante disso, começo a pensar que este jogo é infinito!
DEIXA EU CONTAR UMA HISTÓRIA
Enquanto fazia uma elaborada sequência de missões (também secundárias) em Mykonos, recebi um aviso de uma missão relacionada ao Minotauro em uma ilha a milhares de metros de onde estava. Quando terminei minha história em Mykonos, e era hora de decidir para onde ir, pretendia continuar a campanha principal que, no ponto onde estou, envolve encontrar mamãe. Mas estava curioso com aquela sidequest do Minotauro. “Vou até lá fazer aquela missão e depois volto a procurar mainha”, pensei com meus botões. “Vai ser rápido, e eu tenho o dia todo para jogar”, continuei. Era cerca de 8h30 da manhã.Ao chegar na ilha, imediatamente pipocaram no meu mapa vários pontos de exclamação, sinalizando outras missões secundárias disponíveis na região. Acabou que a imensa maioria delas estava relacionada ao Minotauro de alguma forma. Ao longo do dia, me envolvi no turismo da região, fiz amizade com alguns locais, matei maior galera e acumulei informações sobre o mitológico monstrão.Cheguei a encontrar o Labirinto de Creta, onde ele mora de acordo com a mitologia grega, mas antes de confrontá-lo precisava descobrir como entrar. Isso virou mais uma quantidade considerável de missões.Eu desembarquei na ilha na sua costa leste, e as missões me levavam para o oeste. Ao chegar na costa oposta, me teleportei para onde comecei. Estava com todas as informações necessárias. O próximo passo era abrir o labirinto e ver o que me esperava lá dentro. Era nove da noite. E nada disso fazia parte da campanha principal.
ENTÃO NÃO ANDOU NADA?
Quando a patroa chegou do trabalho, comentei que passei o dia todo jogando e não tinha feito uma única missão da campanha. “Então não andou nada?”, ela perguntou. “Andou, mas nas missões secundárias”. Para alguém que não joga videogame, isso não deve fazer muito sentido. Admito que também não faz para mim.A série Assassin’s Creed costumava focar em recriação histórica. Coisas como monstros mitológicos não faziam parte de suas histórias. Assassin’s Creed Origins flertou com alguns deuses egípcios, mas aparentemente não era canônico. Na divulgação de Assassin’s Creed Odyssey, a Ubisoft mostrou a Medusa, então tudo indica que eu realmente vou encontrar o Minotauro dentro do labirinto.Resta saber se esta incursão no mundo da fantasia se sustentará em meio à história da série até agora ou se vai ser uma ruptura considerável. Descobrirei isso quando voltar a jogar mais tarde. Você provavelmente só descobrirá jogando, já que não é o tipo de coisa que convém falar na nossa cobertura.O ponto principal é que esta história secundária sozinha já tem por si só uma duração mais ou menos equivalente à campanha principal de jogos como Sleeping Dogs e Far Cry 3. Eu só espero que depois de resolver esta história do Minotauro eu consiga andar um pouco na campanha principal. Mainha me espera.
LITERALMENTE INFINITO
Obviamente, este conteúdo feito a mão, como a história do Minotauro, é limitado. Abundante, mas limitado. Porém, Assassin’s Creed Odyssey tem missões um tanto aleatórias, que são literalmente infinitas. O problema é que elas não são claramente identificadas.Vira e mexe o jogo apresenta novas missões mais simples. Coisas do tipo “vá até o ponto X e mate fulano”. Estas são consideravelmente mais sem graça, e enfraquecem o jogo como um todo. Acontece que elas têm títulos e contexto. Você pode, por exemplo, ver um anúncio do tipo “preciso de um mercenário que acredite no amor”. Parece uma missão com história, mas quando você a aceita, envolve apenas entregar uma carta, igual a tantas outras que poparam antes com descrições diferentes.Por causa disso, eu comecei a ignorar a maior parte das missões que aparecem nos quadros de aviso do jogo, mas meu TOC me deixa apreensivo de perder alguma coisa legal.Isso faz parte da “praga Destiny“, a vontade que as desenvolvedoras têm de manter você jogando seus jogos AAA por meses a fio. Mas eu não quero jogar o mesmo jogo por meses a fio. Eu gosto de terminar um jogo com a sensação de que vi tudo que ele tinha a oferecer.Por causa disso, Assassin’s Creed Odyssey tem muito mais filler do que Origins, e isso não é bom. Especialmente porque ele já é absurdamente enorme mesmo se você contar apenas o seu conteúdo real.Agora eu vou voltar para Odyssey. Mamãezinha me aguarda, mas talvez eu pare no meio do caminho para entregar algumas cartinhas de amor.Mantenha-se delfonado para mais conteúdo delfiano caprichado sobre Assassin’s Creed Odyssey.