Mark Neveldine. Talvez você não saiba quem é esse sujeito, ou talvez o nome pareça conhecido. Pois DELFOS ao resgate. Nosso amigo Mark Neveldine é um diretor que fazia dupla com Brian Taylor, assinando a direção de seus filmes como Neveldine/Taylor.
A dupla de dois começou a carreira com os dois pés no peito, com o tremendão Adrenalina e também assinaram sua divertida continuação, que acabou não saindo nas telonas verde-amarelas.
Depois disso, no entanto, foi ladeira abaixo. Veio Gamer, que tinha potencial, mas decepcionou bastante e depois disso rolou Motoqueiro Fantasma: Espírito da Vingança, um filme tão ruim, mas tão ruim, que foi escondido da imprensa como uma criança egoísta esconde seus brinquedos dos amiguinhos.
Agora, a dupla se separou, e Mark Neveldine popa com seu primeiro “trabalho solo”, Exorcistas do Vaticano. E o que temos aqui é… bem… mais um filme de possessão. Pelo título, eu imaginava que poderia ser algo mais cabeça, mais na linha do bom O Ritual, mas não é por aí.
Também não apresenta uma nova abordagem ao gênero e sequer é tão assustador quanto O Exorcismo de Emily Rose. Na verdade, não é nem um pouco assustador, a não ser que você realmente tenha muito medo do cramulhão.
Uma crítica no IMDB fala que este é O Exorcista da nova geração, e eu até concordo com isso. Ele bebe muito na fonte de filmes de terror recentes, como Atividade Paranormal e até pega algumas ideias do criativo porém desonesto Contatos de 4º Grau.
Essa amálgama até traz bons resultados em algumas cenas visualmente bastante únicas, como as que envolvem imagens de câmeras de segurança, que dão um clima mais realista à história toda.
A dupla Neveldine/Taylor sempre teve estilo. A direção dos Adrenalinas, em especial, é bastante única. Aqui o cara continua tendo estilo, mas o filme é bem mais lento do que o adrenalístico longa estrelado por Jason Statham, e nisso lembra bastante o supracitado Atividade Paranormal.
O principal problema de Exorcistas do Vaticano é que, assim como no maior sucesso recente do found footage, demora muito para acontecer qualquer coisa relevante. Quando finalmente o exorcismo começa, a coisa até fica mais interessante, mas isso já é o terceiro ato.
Para um filme de 91 minutos parecer lento, realmente a condução deixa muito a dever, o que me faz pensar que Neveldine podia ser o estiloso da dupla, mas o Taylor é quem sabia contar uma história de forma acelerada. Ou não, considerando que eles nunca conseguiram repetir a qualidade de seu primeiro filme.
No final das contas, Exorcistas do Vaticano é bastante comum, com um terceiro ato forte, mas com os dois anteriores muito lentos. E pode deixar, delfonauta, vamos continuar assistindo aos filmes do Mark Neveldine para que você não precise fazê-lo. Afinal, é nosso trabalho.