Tem jogo que a gente não espera nada. Mr. Shifty claramente tem influências de Hotline Miami e, embora eu saiba que o joguinho em questão tem muitos fãs, ele definitivamente não me conquistou. Mr. Shifty, por outro lado, me divertiu adoidado e eu a toda hora pensava: “não acredito que escapei disso”.

HELL, YEAH!

Mr. Shifty, Delfos, Resenha
Eles pensam que podem comigo. Chega a ser bonitinho.

É muito fácil descrever Mr. Shifty. Na real, apenas olhando a imagem acima você já vai ter uma boa ideia de como ele é. Trata-se de um beat’em up visto de cima e você tem o poder de se teleportar. É basicamente isso. No entanto, palavras não conseguem descrever quão divertido é jogá-lo, e quão bunda-ruim você vai se sentir depois de vencer uma caralhada de bandidos sem nenhum arranhão.

O poder do teleporte dá o tom de tudo. Tem cinco capangas contratados? Você se teleporta atrás deles e dá uns sopapos num dos animais. Os outros vão virar e atirar em você, mas é claro que a essa altura você já vai ter se teleportado para outro lugar e, quando eles olharem para lá, você já vai ter nocauteado mais dois.

Mr. Shifty, Delfos, Resenha
E a contagem de corpos só aumenta.

MEUS PUNHOS SÃO MINHAS ARMAS

Quase todos seus inimigos vão te atacar com armas de fogo. Revólveres, escopetas, metralhadoras. Todas essas armas estarão no chão após você acabar com eles. Como um bom super-herói, no entanto, você vai simplesmente ignorá-las.

Isso não significa que você não pode pegar armas. Na melhor tradição beat’em up, você pode pegar pedaços de madeira, vassouras e afins para se desfazer de seus desafetos. Se os malvados precisam de dois ou três socos para bater as botas, com uma arma, qualquer arma, um único golpe os nocauteia. Dá até para atacar os sujeitos com um rolo de dinheiro.

Mr. Shifty, Delfos, Resenha
E se você conseguir prender uma galera na parede com o tridente, vale um troféu!

Há alguns momentos em que porrar não é a solução. Você pode ter que escapar de lasers se teleportando ou até mesmo fugir de metralhadoras de segurança e torcer para não ter uma parede na frente, barris explosivos ou os dois.

Mr. Shifty, Delfos, Resenha
Isso não vai acabar bem.

O foco do jogo é na ação, no entanto, e ele é bem focado. Não há colecionáveis nem qualquer outra porcaria que tire a atenção do que realmente importa. Um bom exemplo disso é em uma parte em que você é preso em uma cela e não consegue se teleportar. Seu objetivo é escapar. Como fazer isso? Socando a parede até ela cair, oras. Qualquer um que tenta fugir de outra forma é mariquinha.

SOCOS E EXPLOSÕES

Você morre com um único golpe, mas se conseguir fazer um combo bacaninha, ganha uma segunda chance. Caso a barra na parte inferior da tela esteja cheia, ao ser atingido, um bullet-time é automaticamente acionado, possibilitando que você se sinta uma mistura do Neo com o Noturno. Caramba, como os Wachowski não pensaram em fazer o Neo se teleportar?

Mr. Shifty, Delfos, Resenha
Paga um pau, Wachowski!

Verdade, as coisas esfriam um pouco conforme o jogo avança. Há áreas nas quais você não pode se teleportar até quebrar uns sensores, e mais para frente, os inimigos simplesmente aparecem no cenário em meio a fumacinhas. Isso muda a estratégia de pensar em como invadir uma sala e matar tudo mundo para algo mais focado em simplesmente sobreviver até os inimigos pararem de popar. Acredite, o jogo fica bem menos divertido nesses casos.

Felizmente, ele ainda tem muita diversão apesar disso e, por ser uma campanha breve, a empolgação não diminui até subirem os créditos. Se você também está de saco cheio de mundo aberto, opções de diálogos, level ups e colecionáveis e só quer um jogo para socar uns babacas, Mr. Shifty é para você. A simplicidade é linda.