Amigo delfonauta, vossa mercê sabe o que é um tabuleiro Ouija? Acredito que boa parte dos meus fiéis e informados leitores sabe, mas para os que não sabem, eu explico: trata-se da versão estadunidense da nossa popular brincadeira do copo, ou seja, um apoio material que supostamente facilita o contato com espíritos de toda sorte.
A diferença é que, se aqui no Brasil o jogo do copo é algo assustador, que a sabedoria popular diz que não se deve fazer, nos EUA o tabuleiro Ouija é vendido em lojas de brinquedos, dando a ele uma aura mais inofensiva, e menos perigosa.
Ainda assim, se comunicar com espíritos sempre tem um quê de assustador e, dito isso, se torna surpreendente constatarmos que só agora o tabuleiro Ouija está estreando um filme para chamar de seu. Tão surpreendente, aliás, quanto pensar que até agora não foi feito um longa de terror sobre o jogo do copo (hum… acabei de ter uma ideia milionária, e aposto que você não consegue adivinhar qual é).
O JOGO DOS ESPÍRITOS
Introdução feita, aqui acompanhamos um grupo de jovens cuja amiga comete um aparente suicídio. Eles estranham quão repentina foi a morte da pobre diaba, e por causa disso resolvem usar um tabuleiro Ouija para se comunicar com a alma dela. Bom, você já sabe que este é um filme de terror, então não é estragão nenhum quando eu digo que as coisas não vão sair exatamente como planejadas.
As coisas demoram muito a ficar interessantes, e tem um excesso de sustos no esquema “bu”, com uma porta fechando e revelando um dos personagens atrás dela e coisas do tipo. Assim, neste início, a única coisa atraente no filme é o grupo de meninas que o estrela, que são tão lindas que chega a ser falta de educação.
Felizmente, ao longo da projeção, a coisa chega a esquentar um pouco. Não, com isso não quero dizer que as meninas fazem coisas sensuais, o que infelizmente não é o caso, mas que tem algumas cenas que acabam prendendo a atenção e, dependendo de quão impressionável você for, podem até dar medo.
Estes são os melhores momentos de Ouija – O Jogo dos Espíritos: quando ele desencana de dar sustos e resolve incitar o medo. Só que isso acontece em pouquíssimas cenas ao longo de seus parcos 89 minutos de projeção.
Muito disso se deve ao tema. Não tem jeito, pelo menos para mim, terror sobrenatural não funciona. Ou pelo menos funciona muito raramente. O último filme do tipo que realmente me fez dormir abraçando meu bonequinho do Superman foi O Exorcismo de Emily Rose, e isso foi em 2005, quando nós ainda éramos jovens.
Ouija não chega a ser uma porcaria. Suas poucas cenas realmente assustadoras acabam valendo uma assistida na TV se não tiver nada melhor para fazer. Mas para ver no cinema… não, amigos fantasmas, dessa vez não rola.
CURIOSIDADE:
– Um uso bem famoso do tabuleiro de Ouija foi quando o jovem Vincent Furnier estava procurando por um nome artístico e resolveu usar o brinquedo para ver se os espíritos sugeriam algo legal. Diz ele que o nome sugerido pelos fantasminhas camaradas foi Alice Cooper. E o resto faz parte da história do rock.