O Enviado

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Quando recebi o release desse filme há alguns meses, admito que despertou minha ansiedade e curiosidade. Divulgado como sendo do mesmo estilo do ótimo Os Outros e do clássico O Bebê de Rosemary, O Enviado prometia ser mais um bom representante de um dos gêneros de filme que mais me atraem: o terror/suspense psicológico.

Motivos para eu achar isso não faltavam. Saca só o enredo: um menino chamado Adam (Cameron Bright) morre em um acidente um dia depois de seu aniversário de 8 anos. Os pais, vividos por Greg Kinnear (de Ligado em Você) e a sempre linda Rebecca Romijn-Stamos (a Mística, de X-Men, aqui com sua cor natural e sem poderes mutantes), é claro, ficam inconsolados. Saindo do cemitério, encontram Richard Wells (Robert De Niro), cientista que oferece a eles a possibilidade de ter seu filho de volta através da clonagem. Inicialmente recusam mas, ao refletir sobre a possibilidade de voltar a ver novamente o sorriso do menino, acabam aceitando. Tudo corre bem, até que o moleque completa novamente seus 8 anos e começa a viver em um tempo de vida que não lhe pertence. E coisas estranhas começam a acontecer.

Como eu sou legal pra caramba, não vou falar mais nada sobre a história em si, pois aí começam os sustos e a última coisa que quero com esse texto é estragar a diversão daqueles que, como eu, têm o estranho e masoquista hábito de gostar de se assustar. Mas posso dizer que o filme não fica apenas na ótima premissa. A condução da história também é muito boa e muitas cenas são realmente de gelar espinhas, afinal, poucas coisas são mais assustadoras do que uma “criança do mal”, como podemos ver pela quantidade de filmes/livros que se aproveitam desse expediente.

Agora, além de legal, eu também sou chato pra dedéu e não posso encerrar um texto meu sem falar dos defeitos da obra analisada. E aqui esse defeito se encontra no final. Não sei se sou eu que tenho um poder dedutivo muito grande ou se simplesmente já assisti a filmes demais para aprender como funcionam os roteiros hollywoodianos, mas os finais dos filmes de suspense têm deixado muito a dever aos bons filmes do gênero. Digo isso pois, assim que o filme começou, eu já pensei: “hum, provavelmente a causa de tudo é blá-blá-blá?”. Logo depois, pensei: “Ah, é claro que não. Não iam estragar um filme de suspense tão legal com um final tão previsível”. Pois bem, esse blá-blá-blá é exatamente a causa de tudo. Ok, não é exatamente igual ao que eu imaginei (digamos que a causa de tudo é blá-blá-blé), mas é suficientemente parecido para eu reclamar que o final é previsível. Não que precise de muitos motivos para me levar a reclamar de algo, mas isso é o de menos.

O que importa mesmo é que O Enviado merece ser assistido, se não pelo final, ao menos pela ótima condução da história e pela beleza da Míst… uhn… Rebecca. Mas eu ainda acho que o ponto de partida é muito bom e poderia (e deveria) ter rendido mais.

PS: Você já levou um susto extra-filme, durante uma exibição? Esses momentos são sempre engraçados, motivo pelo qual quero comentar o maior susto que levei durante a projeção. Na cena do acidente do moleque (bem no início do filme), que já é um momento naturalmente tenso, subitamente vejo um vulto atrás de mim. Olhei, super assustado, crente que o diabo tinha invadido a Terra ou algo do tipo, mas era apenas uma mulher que chegou atrasada à sessão. Será que ela não podia ter aparecido em alguma outra cena não assustadora, pô?

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