Machinaria – Sacred Revolutions / Profane Revelations

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O Machinaria é uma banda de Thrash Metal formada em Bagé, no Rio Grande do Sul, em 2013. Além do já referido Thrash, eles também acrescentam pitadas de Heavy Metal Progressivo e do bom e velho Metal tradicional à sua sonoridade. Ao menos é isso que está escrito no release oficial da banda e é o que transparece em seu primeiro disco, Sacred Revolutions / Profane Revelations.

Lançado originalmente de maneira independente em 2014 e depois reeditado pela gravadora MS Metal Records, trata-se de um álbum conceitual que usa a Inquisição no período da Idade Média como temática para as letras das canções do quinteto.

Musicalmente, não há muito segredo. São nove canções típicas do Thrash, porém muito bem executadas. Guitarras rápidas e nervosas com solos na mesma toada e bateria agressiva em levadas velozes e pesadas.

É isso que o ouvinte recebe após os segundos iniciais da faixa de abertura Iconoclast e segue pelas igualmente boas Scapegoat e Act of Justice. Já Holy Office é mais cadenciada e também é dona de um videoclipe que você confere aí embaixo:

Pictures of the Dark tem uma pegada mais sombria, porém igualmente pesada, já a faixa que dá nome ao disco, Sacred Revolutions, Profane Revelations utiliza-se das guitarras cantantes do Metal mais tradicional. Porém, é aqui que a única coisa que me incomodou no disco mais pesou: o vocal.

Eu nunca gostei desse estilo “mamãe, eu sou muito macho” de cantar, pendendo entre o grave e o gutural. O Thrash é um estilo que permite que se cante de outro jeito, mas o vocalista do Machinaria opta por esse estilo, o que resulta na impressão de que sua voz simplesmente não parece combinar com as melodias em várias das faixas. Na Sacred Revolutions, Profane Revelations isso fica ainda mais evidente, deixando a impressão até de que faltou uma dose a mais de alcance.

Felizmente, isso já não é tão abertamente aparente nas nervosonas New Eyes, Old Lies e Shallow Grave. Por fim, Burning My Soul fecha bem o álbum com uma canção de andamento veloz, bom trabalho das guitarras e uma levada contagiante. Confira abaixo a música em versão ao vivo:

Sacred Revolutions / Profane Revelations é um bom disco de Thrash Metal de uma banda que demonstra talento e um futuro promissor na cena nacional. Particularmente, não gosto do estilo vocal adotado, mas se você não vê nenhum problema nisso, tenderá a gostar ainda mais do Machinaria. Dê uma escutada e comprove.

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
machinaria-sacred-revolutions-profane-revelationsAno: 2014<br> Gênero: Thrash Metal<br> Duração: 47:43<br> Artista: Machinaria<br> Número de Faixas: 9<br> Produtor: Machinaria<br> Gravadora: MS Metal Records<br>