João e Maria: Caçadores de Bruxas

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Ultimamente virou moda fazer versões modificadas ou moderninhas de tradicionais histórias de contos de fada. Na televisão temos as séries Once Upon a Time e Grimm. E no cinema já tivemos um filme “crepusculado” da Chapeuzinho Vermelho e duas produções diferentes da Branca de Neve. Agora é a vez de João e Maria ganharem sua chance. Agora como heróis de ação, claro. Afinal, todo mundo concorda que era isso que faltava na história original.

Após os horríveis eventos transcorridos na famosa casa de doces, João e Maria cresceram e se tornaram mercenários caçadores de bruxas, exterminando as ameaças das vis criaturas aos vilarejos em troca de um pagamento camarada. O filme acompanha mais um serviço da dupla de irmãos. Eles têm de encontrar as crianças raptadas pelas bruxas e exterminar as criaturas.

A produção é bem nada e o filme segue o template dos longas de ação genéricos. Não se esforça para fazer algo realmente legal, mas não é tão desleixado a ponto de fazer o espectador se entediar. É aquele negócio, entre assistir este filme ou ficar vendo tinta secar, é melhor a primeira opção. Por pouco.

O longa já ganhou certa simpatia de minha parte por traduzir os nomes dos personagens para a forma como são conhecidos aqui no Brasil e não manter o original Hansel e Gretel, como tem virado moda ultimamente, com toda essa história de mercado globalizado. Afinal, o ursinho Puff virou Pooh e Sininho agora é um ridículo Tinker Bell. Se tivessem feito isso aqui, teria tirado um Alfredo inteiro só de raiva. Felizmente, não aconteceu.

Ainda como outro ponto quase positivo, ao menos a história tem a presença de espírito de não se levar a sério em nenhum momento, e nem tinha como. Com bruxas voando em vassouras como se fossem caças a jato e João sofrendo de diabetes por ter comido doces demais, ele até ensaia uma fanfarronice, mas não chega a ser realmente engraçado.

Aliás, me lembrou muito Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros, pela premissa igualmente absurda e por ambos caçarem alguma coisa sobrenatural. A diferença é que João e Maria não tem enrolação, indo direto ao ponto: a pancadaria e as cenas de ação.

Lembra também muitas produções do mesmo naipe, que se utilizam da mesma estrutura, dos sujeitos que vêm de fora para exterminar o mal e contam com um arsenal de armas avançadas demais para a época em que se passa. Longas como Os Irmãos Grimm ou Van Helsing são apenas dois que me vêm à cabeça agora. Mas o delfonauta que assistir este, sem dúvida vai se lembrar de outros.

Derivativo e sem nenhuma novidade, João e Maria: Caçadores de Bruxa não é um filme ruim, é apenas uma produção que você já viu várias outras vezes com nomes diferentes, conforme ficou estabelecido no parágrafo acima. Filme nada na mais completa concepção da palavra. A ser assistido somente em último caso, quando tiver que escolher entre ele ou ver a tinta secar. Se não, esqueça.

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
joao-e-maria-cacadores-de-bruxasPaís: Alemanha/EUA<br> Ano: 2013<br> Gênero: Ação<br> Duração: 90 minutos<br> Roteiro: Tommy Wirkola e Dante Harper<br> Elenco: Jeremy Renner, Gemma Arterton, Famke Janssen, Zoe Bell e Peter Stormare.<br> Diretor: Tommy Wirkola<br> Distribuidor: Paramount<br>