A 5ª Onda

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Franquias famosas baseadas na literatura jovem adulta (ou young adult para os frescos), como a Saga Crepúsculo e Jogos Vorazes podem ter se despedido das telas do cinema, mas isso não quer dizer que Hollywood vai parar de tentar achar uma nova mina de ouro nesse nicho.

A 5ª Onda é uma dessas tentativas de criar uma nova franquia lucrativa, esta estrelada pela Hit-Girl. Chloë Grace Moretz é Cassie, uma adolescente normal cuja vida vira de pernas para o ar quando acontece uma invasão alienígena. Os ETs efetuam quatro ondas de ataques que praticamente dizimam a humanidade. Os poucos sobreviventes serão exterminados de vez pela quinta onda, explicando assim o nome do filme.

Enquanto tenta encontrar seu irmão caçula do qual se separou, acompanhamos também a história de um de seus ex-colegas de escola, recrutado junto de outros jovens pelo exército para lutar contra os invasores porque, como essa é uma obra jovem adulta, por algum motivo qualquer crianças e adolescentes são melhores combatentes do que militares calejados com anos de experiência.

O grande problema do filme, fora o roteiro que força a barra e não possui um pingo de criatividade, é que ele é bem “mé”. Não empolga em nenhum momento, nunca decola e é apenas uma colagem de situações chupadas de outros filmes do estilo. Dar a Cassie dois candidatos a pretendente e deixá-la indecisa por qual deles optar não só parece ser uma regra dessas histórias estreladas por jovens garotas, como neste caso ainda parece forçado para a trama, que poderia perfeitamente passar sem isso.

Tanto que toda vez que essa subtrama é retomada, quebra bastante o ritmo. Não que o negócio seja também uma explosão de adrenalina. As cenas de ação são bastante genéricas e muito menos grandiosas (para não dizer nada grandiosas) do que a história sugere que seria, principalmente por causa do começo, mostrando os alienígenas destruindo cidades com tsunamis. Parece que todo o orçamento para efeitos especiais foi gasto nesses flashbacks e o resto teve de ser feito a toque de caixa.

Ficou com a maior cara de produção barata, feita só para tirar uns trocos de quem curte esse filão e não devolver nada em troca. Encontraram um jeito até de não precisar mostrar os alienígenas, o que deixa tudo muito monótono visualmente. O clímax do negócio é tão decepcionante e fraco que você fica esperando algo mais grandioso acontecer antes que o filme se encerre. Mas nada mais acontece.

A 5ª Onda até tinha potencial para ser uma série razoavelmente divertida e descompromissada, tipo um Maze Runner da vida, mas esse primeiro filme (e se depender apenas de sua qualidade, será o único) decepciona ao entregar muito pouco, com baixa qualidade e nenhuma empolgação. Não é uma porcaria completa, mas, no fim das contas, a verdade é que essa onda não passa de uma marolinha.

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
a-5a-ondaPaís: EUA<br> Ano: 2016<br> Gênero: Ação/Ficção Científica<br> Duração: 112 minutos<br> Roteiro: Susannah Grant, Akiva Goldsman e Jeff Pinkner<br> Elenco: Chloë Grace Moretz, Nick Robinson, Ron Livingston, Maria Bello e Liev Schreiber.<br> Diretor: J Blakeson<br> Distribuidor: Sony<br>