Foo Fighters – Wasting Light

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Tenho alguns amigos que achavam que o Foo Fighters nunca mais conseguiria gravar um álbum que chegasse tanto ao público quanto o ótimo The Colour and The Shape, mais conhecido por ser uma fábrica de hits que fez a alegria da MTV da época. Acho que Wasting Light veio ao mundo para provar que eles estavam errados. Poucas foram as vezes em que vi (ou ouvi) um álbum com tantas músicas com potencial pra ter um videoclipe, e nessa contagem incluo o próprio The Colour and The Shape.

Agora vamos começar de fato esta resenha. A primeira música, Bridge Burning, já abre o disco de uma maneira excelente. Com um riff de guitarra seco no começo, e com uma pancada sonora que parece um soco na cara de quem escuta, ela já ocupa lugar na minha mente desde a primeira vez que a ouvi, e vez por outra me pego cantarolando seu refrão. Outro ponto para esta música vai para o entrosamento entre Grohl e os backing vocals de Taylor Hawkins, um dos meus bateristas favoritos.

Rope, um dos primeiros singles deste álbum é a próxima, e mostra mais uma vez o entrosamento entre os músicos. Achei que, com a reentrada de Pat Smear na banda, as guitarras ficariam confusas e difíceis de serem distinguidas, mas isso não acontece aqui. Cada músico conhece seu papel e o desempenha com perfeição. Novamente os vocais de Taylor se destacam e ficam legais de se ouvir, por destoar um pouco dos berros do Dave Grohl.

Dear Rosemary, a primeira balada do disco, é um tiro certeiro. Verdadeiro “rock de bater pé”, ela começa como algo meio lento, mas logo a coisa muda de figura e temos uma verdadeira balada “grohliana”, pesada e melódica na medida certa, e tão tremendona quanto o neologismo que eu acabei de fazer. Uma séria candidata a melhor do disco.

White Limo, também conhecida como a música que tem o Lemmy “Verruguento” Kilmister no clipe, também é outra porrada sonora. Outro exemplo de como os riffs crus funcionam, ela me lembrou muito Low, do antigo e também ótimo One by One. Só não entendo como o Dave Grohl não perdeu a voz depois de dar todos aqueles berros. Ele deve ser algum mutante renegado pelos X-Men, sei lá. Parece-me a única explicação plausível para isso.

Aliás, muitas das músicas deste CD parecem saídas de algum repertório secundário do Them Crooked Vultures. Digo isso pela sonoridade pesada e seca, lembrando os anos 90. Thumbs up para você, Dave.

Seguindo, temos outra balada. These Days (que não é aquela música do Bon Jovi), tem um apelo radiofônico muito grande, sem deixar de se legal. Ela nos engana, nos fazendo pensar que é apenas mais uma baladinha genérica entre tantas outras. Mas quando chega o refrão, se segura, negão! Se você estiver ouvindo por fones de ouvido, não se assuste quando o volume aumentar do nada, mostrando o verdadeiro potencial da música.

A melodia e a cadência se mantêm na sequência em Back and Forth, A Matter of Time e Miss the Misery. O CD encerra com Walk, também conhecida como a música dos créditos finais de Thor. Outra música feita pra tocar no rádio, mas que não me agradou muito.

No geral, o CD é muito bom, e supera em muito Echoes, Silence, Patience & Grace, último álbum de inéditas do agora quinteto. Ele só mostra o quanto o grupo amadureceu musicalmente, e espero que continue assim por pelo menos mais alguns anos. O Foo Fighters é algo realmente bom para a música, se levarmos em conta as atuais bandas que surgem por aí.