Egito: Alexandria, Saqqara, Mênfis e passagens bíblicas

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Bem-vindo, habib delfonauta. Depois do nosso texto introdutório para esta segunda temporada de Viagens Delfianas, onde falei basicamente sobre as coisas chatas que você deve estar preparado para encontrar no Egito, agora vem a parte boa. No episódio de hoje, vamos passar por Alexandria, Saqqara, Mênfis e, surpreendentemente, alguns lugares onde Moisés e Jesus viveram algumas das suas aventuras contadas na Bíblia.

Desde criança, tinha dois lugares no mundo que eu queria visitar: o Egito e a Grécia. Eu nunca imaginei que fosse realizar estes dois sonhos na mesma viagem, em um intervalo de poucos dias, então você deve imaginar a minha emoção ao ver de perto alguns dos lugares que eu vou comentar aqui.

Tema do episódio de hoje: Iron MaidenAlexander the Great.

ALEXANDRIA

Curiosamente, nosso pacote pelo Egito não incluía uma visita a Alexandria, então já do Brasil, fomos atrás de alguém que pudesse nos levar até lá. Conhecemos a agência Hola Egypt e sem mais demora, reservamos o passeio com eles para o nosso primeiro dia no Cairo.

Nós chegamos ao nosso hotel do Cairo por volta das seis da matina, depois de ter passado quase dois dias inteiros voando e em aeroportos (15 horas de São Paulo a Abu Dhabi, cinco horas no aeroporto de Abu Dhabi e mais cinco horas de voo até o Cairo). Nós saímos no domingo de São Paulo e já era terça, então desnecessário dizer que estávamos muito cansados.

Dormir é para os fracos, no entanto, pois nosso passeio estava marcado para as sete da manhã. Felizmente, eram três horas de carro do Cairo até Alexandria, então pudemos dar umas pescadas no caminho.

A primeira parada foi na Coluna de Pompeu, e o nome não mente. Trata-se de uma coluna enorme, com algumas pequenas esfinges próximas. Como foi a primeira coisa que eu vi no Egito, gostei bastante, mas nada poderia me preparar para a majestade das coisas que eu veria nos próximos dias.

Não ficamos muito tempo lá, pois de fato não há muito para se ver. Dali, fomos para o Teatro Romano, ruínas que serviram de teaser para o que veríamos de montão alguns dias depois, quando chegássemos à Grécia. Também muito bonito, mas não é algo especialmente egípcio, até porque, como o próprio nome diz, é romano.

Dali fomos para o Fort Qaitbay, construído em 1480 DC. Um tanto recente para os padrões egípcios, mas é um belo castelo, com uma vista impressionante.

O mais interessante, no entanto, é que ele fica no lugar em que ficava o Farol de Alexandria, uma das sete maravilhas do mundo antigo, que foi destruído por um terremoto em 1375.

Próximo passo: a Biblioteca de Alexandria. Trata-se de uma bela construção, com algumas peças históricas em sua decoração, lembrando um pouco um museu. Admito que estranhei uma biblioteca cobrar pela entrada, mas imagino que a renda deles deve vir prioritariamente das visitas de turistas.

Como Alexandria ficava muito longe do Cairo, o dia já chegava ao final, e era hora de voltarmos ao hotel. No caminho de volta, no entanto, tivemos a maior emoção do dia: a primeira vista das pirâmides.

Foi engraçado como as pirâmides apareceram no nosso campo de visão totalmente do nada. Quando eu as vi, minha empolgação até assustou a Cinthia e aproveitamos para tirar algumas fotos, mais para marcar o momento mesmo, afinal, no dia seguinte, nós estaríamos vendo elas de pertinho. Porém, para criar um suspense, nossa visita às pirâmides de Gizé fica para o próximo texto.

SAQQARA E MÊNFIS

Este passeio também não estava incluído no pacote, então o fizemos com a Hola Egypt.

O dia começou em Saqqara, onde eu tive meu primeiro contato com as colunas egípcias, e percebi quão legais elas eram. Nos próximos episódios, se prepare para algumas outras fotos de salas cheias de colunas em outros templos.

O prato principal de Saqqara, no entanto, era a Pirâmide de Djoser, a primeira pirâmide a ser construída no Egito. Ela data de 2650 AC ou, em outras palavras, véia bagarai.

Pois é, esse material de construção estraga um pouco a vista. Tudo no Egito está sendo escavado ou restaurado, então boa parte do que víamos tinha alguma coisa do tipo.

O visual da pirâmide é diferente do que normalmente se pensa das pirâmides do Egito, lembrando mais as pirâmides sul-americanas. Talvez, ao invés de isso demonstrar alguma ligação entre os incas/maias e os egípcios, mostre apenas que estruturas triangulares são, obviamente, sólidas, e que os egípcios resolveram dificultar um pouco, eliminando os “degraus”, enquanto os sul-americanos optaram por refinar o design original.

De Saqqara fomos a Mênfis, a capital do Egito por boa parte do período faraônico. Lá, tinha uma estátua bem grande e deitada do Ramsés II.

Ramsés II foi o cafajeste dos faraós, pois teve algumas dezenas de esposas e algumas centenas de filhos. E olha só que curioso, ele parecia ser mó simpático. Dá uma olhada na esfinge dele.

Não é simpática? Enquanto a grande Esfinge de Quéfren (sobre a qual você vai ler no próximo texto dessa série) parece guardar as pirâmides de Gizé, num esquema “não se aproxime”, a de Ramsés parece sorrir e dizer seja bem-vindo. Eu a achei tão simpática que até comprei uma miniatura dela de lembrança.

Fomos então a um local que se referiam como “a cidadela”, mas não tenho certeza se era a Cidadela de Saladino (embora muito provavelmente seja, a guia não usou este nome em nenhum momento).

Ali era um forte, uma construção muito interessante, que abrigava até mesquitas e tinha uma belíssima vista, de onde dava para ver boa parte do Cairo.

PASSAGENS BÍBLICAS

Saindo dali, fomos para o bairro Copta, onde ficava a antiga Babilônia, e onde tem um monte de locais sagrados. Infelizmente, perdemos todas as fotos dessa parte do passeio (os anos passam e computadores não ficam mais confiáveis).

O bairro Copta era semelhante a uma pequena cidade onde tanto muçulmanos quanto cristãos pareciam conviver juntos. Ali, tinha uma pequena igrejinha, cuja parte de baixo foi onde a família de Jesus Cristo se escondeu quando estavam fugindo de Herodes. É o tipo de coisa que eu não esperava ver, pois sequer sabia que algo tão específico da Bíblia tinha realmente um lugar histórico marcado.

Na igrejinha, tinha bastante gente rezando e a guia disse que, se éramos cristãos, poderíamos aproveitar para rezar ali um pouco, pois era um lugar muito santo. Não somos muitos de rezar, mas a Cinthia realmente sentiu o influxo místico do lugar. Fazer o quê? Ela é mais espiritual do que eu. =]

Ainda nessa mesma cidadezinha, vimos um poço. Poderia ser um poço qualquer, mas era o lugar onde a cesta de Moisés foi recolhida após ele ter sido abandonado pelos pais. Outra passagem bíblica que também não imaginava que se sabia exatamente onde tinha sido.

Foi muito legal ver esse tipo de coisa no Egito, pois é algo que eu esperava ver em uma viagem por Jerusalém, por exemplo. Fiquei surpreso e bem feliz de ter tido a oportunidade de visitar estes locais, e igualmente frustrado por ter perdido as fotos. Isso encerrava o nosso passeio, mas dessa vez faríamos mais uma coisa à noite.

SHOW DE LUZES NAS PIRÂMIDES DE GIZÉ

Este foi o último passeio do dia, e envolvia um show de luzes e som nas pirâmides de Gizé. Esse show de luzes e som é algo que tem em vários lugares importantes do Egito, mas este foi o único que nós assistimos. Na real, não é nada de mais. Trata-se de uma narração contando uma historinha enquanto luzes são projetadas nas pirâmides e na esfinge. Não é imperdível, mas valeu por ter tido a chance de voltar a um lugar tão legal e ter visto o pôr-do-sol ali.

E isso encerra o nosso texto de hoje. No próximo episódio vamos falar de Cairo, incluindo o prato principal do Egito: as pirâmides de Gizé. E ainda nesta temporada, você conhecerá o Vale dos Reis, os Templos de Karnak e Luxor, Grécia (onde você vai descobrir se eu fui para DELFOS) e Turquia. Mantenha-se delfonado.

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