Eu lembro mais da época de lançamento do primeiro Zumbilândia do que do filme em si. O Cyrino pegou a cabine e escreveu uma crítica positiva (que, ao tentar linkar agora, percebi que foi mais uma que sumiu na transferência do conteúdo para o novo DELFOS). Até filmamos um videoreview nunca publicado, uma das poucas vezes (talvez a única) que meu xará topou aparecer na frente das câmeras.
Daí o filme saiu e foi a maior sensação. De repente estava todo mundo falando dele. Minhas expectativas foram lá para o alto. E, quando finalmente o assisti – bem depois do que gostaria – lembro de ter ficado com uma sensação de “é só isso?”. Foi com esta mentalidade que fui à cabine de Zumbilândia: Atire Duas Vezes, armado ainda do conhecimento histórico de que continuações tardias raramente são boas.
CRÍTICA ZUMBILÂNDIA ATIRE DUAS VEZES
Logo que o filme começou, no entanto, eu vi que ia me divertir. E se você é da turma do TLDR, que espera uma crítica resumida em uma palavra, esta seria “diversão”. Se você curte ler algo mais elaborado, continue comigo.
Zumbilândia: Atire Duas Vezes traz de volta os quatro protagonistas do original. Little Rock (Abigail Breslin), agora uma jovem mulher, ansia por independência e por toques masculinos. Daí ela conhece um hippie e resolve sair com ele em uma road trip pelas terras apocalípticas da Zumbilândia. Wichita (Emma Stone), a irmã, não consegue impedir, e daí convence os camaradas (Jesse Eisenberg e Woody Harrelson) a ir atrás da rapariga.
Assim, a narrativa se divide em duas colunas. A principal conta as aventuras do trio mais velho, e eles vão conhecer novos personagens, novos tipos de zumbis e novas confusões. A secundária é a história de Little Rock com seu novo namorado, que é mais tranquila, mas não menos engraçada.
REGRA 42: ACESSE O DELFOS DIARIAMENTE
Zumbilândia: Atire Duas Vezes tem um tipo de humor bastante prezado aqui no DELFOS, repleto de referências e tiradinhas relacionadas à cultura pop. Os tipos de zumbis, por exemplo, completos com logotipos, vão certamente colocar um sorriso no seu rosto.
O que mais me chamou a atenção, no entanto, é quão estilosa é a direção. O diretor Ruben Fleischer é o mesmo do anterior, mas você deve se lembrar mais dele como o responsável por este novo clássico nerd.
Eu adorei o trabalho dele neste filme. Desde as regras, mandamentos e nomes de zumbis aparecendo na tela até enquadramentos e coisas mais gerais nas quais nem todos prestam atenção. Tudo culmina em um impressionante plano sequência que eu fiquei com vontade de ver de novo (preste atenção na briga contra os “clones”).
Aliás, não pense que o humor acaba quando os créditos sobem, pois pouco depois há mais uma cena que você definitivamente não quer perder.
Há um problema considerável na história, no entanto. Em determinado momento, um grupo festeja soltando fogos de artifício. Ora, considerando que eles vivem há anos em um mundo Z, deveriam saber que isso não se faz. Tudo serve como uma desculpa para a batalha final, mas atribui aos personagens em questão um grau de estupidez que simplesmente não desce considerando que quem fez isso é um grupo de sobreviventes.
Há continuações desnecessárias que chegam a piorar o filme original. E há continuações que, embora desnecessárias, podem reativar o interesse pelo filme anterior. Zumbilândia: Atire Duas Vezes é um destes casos. Eu me diverti tanto na sessão que fiquei com vontade de reassistir ao primeiro. E, livre das hercúleas expectativas que criei em 2009, creio que desta vez vou gostar mais dele.