Cruella de Vil é a vilã da clássica história 101 Dálmatas. O cinema atual busca contar as mesmas histórias de formas diferentes transformando os outrora antagonistas em protagonistas. É o caso de longas como MalévolaCoringa. Nesta crítica Cruella você vai descobrir se a moça dos au-aus conseguiu um filme digno de sua fama.

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Cruella começa apresentando Estella, uma menina com cabelos estilosos de duas cores. Por culpa de um grupo de moleques bullies babacas, ela não se enturma na escola e, injusta como a vida é, acaba expulsa. Mas este é só o início dos seus problemas.

Papo vai, papo vem, ela vê sua mãe jogada de um penhasco por três dálmatas. Agora órfã, ela se junta a dois meninos de rua e passa a viver de pequenos roubos. Ela cresce e finalmente arranja o emprego dos seus sonhos, trabalhando para a famosa estilista Baronesa.

A Baronesa é extremamente parecida com a personagem da Meryl Streep em O Diabo Veste Prada. Ou seja, é uma mulher diabólica, sem a menor consideração com seus empregados. Após uma viradinha que não vou detalhar aqui, Estella resolve se vingar da Baronesa. Ela para de pintar seus cabelos e aí, apenas aí, muda o nome para Cruella.

CRITICANDO CRUELLA DE VIL

Como você pode perceber, se Malévola era uma reimaginação de A Bela AdormecidaCruela tem muito pouco a ver com 101 Dálmatas. Basicamente, há umas pequenas referências aqui e ali, que parecem mais fanservice do que qualquer outra coisa. E tudo bem, isso funcionou para o Coringa.

A questão é que a Cruella deste filme não é simpática como a Malévola ou o Coringa em seus respectivos longas. A partir do momento em que Estella vira Cruella, ela de fato se torna uma personagem vil. A forma como ela passa a tratar seus amigos de infância, de uma hora para outra, deixa incompreensível eles continuarem ajudando. Pior, eles reclamam, entre eles e com ela, o que mostra que estão incomodados, mas continuam agindo como minions, fazendo tudo que ela pede. Ela se torna tão próxima da Baronesa que é difícil dizer quem é a antagonista e quem é a protagonista.

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Cruella e seus amigos maltratados. E não estou falando dos dálmatas. Ninguém maltrata cachorros no cinema.

Também não ajuda o fato de o filme ser totalmente focado no mundo da moda. E sim, eu sei que tem gente que se importa com isso, mas é uma temática muito entediante para mim. Eu até acho as roupas que estão aqui bacanas, e concordo que o mundo da moda precisa de uma atitude mais rock and roll, mas isso não ajuda muito a eu me importar com a guerra entre duas personagens absurdamente antipáticas. Inclusive, boa parte das coisas que Cruella faz publicamente contra a Baronesa (como invadir e sabotar abertamente seus desfiles de moda) são ilegais, e fariam a personagem ser presa rapidinho.

CRÍTICA CRUELLA E O ROCK AND ROLL

Por outro lado, Cruella também tem uma trilha sonora com algumas das músicas de rock mais famosas dos anos 60 e 70. Como a história me deixou bastante entediado, eu acabei me entretendo tentando ligar as bandas às músicas que tocavam.

Eu ficava pensando comigo mesmo “essa é do Stooges“, “essa, do The Clash“, “já essa é do Blondie“. Tem até um mix perto do final em que juntam Black Sabbath com Rolling Stones e acredite, soa bem.

Porém, eu tenho todas essas músicas em casa, e não iria ao cinema apenas para ouvi-las. O CD de trilha sonora de Cruella deve ser muito legal, mas infelizmente o filme não acompanha essa qualidade.