O Pequeno Nicolau, para quem não sabe, é uma série literária escrita por René Goscinny e desenhada por Jean-Jacques Sempé. Você provavelmente reconhece o nome de René Goscinny por sua obra de maior sucesso: Asterix & Obelix, um dos gibis mais queridos da minha infância. O Pequeno Nicolau veio ainda antes dos gauleses irredutíveis. O Tesouro do Pequeno Nicolau é o terceiro filme live-action do personagem, e todos têm críticas aqui no DELFOS (veja links ao final desta matéria).

CRÍTICA O TESOURO DO PEQUENO NICOLAU

Uma coisa muito especial para quase todo mundo que conheço é aquele delicioso gostinho de infância. E isso é exatamente o que há de mais mágico nas histórias do Pequeno Nicolau. Claro, Asterix também é genial, e até mais engraçado. Mas são aventuras, histórias de viagens, batalhas e conquistas. O Pequeno Nicolau é mais relaxado. Não tão engraçado (na verdade nem é muito engraçado), mas é mágico pela forma que mostra crianças sendo crianças.

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O que será que o Corrales vai falar do nosso filme?

O Tesouro do Pequeno Nicolau começa quando o pai do Nicolau recebe uma promoção no trabalho. O problema é que, com a promoção, ele e sua família devem se mudar para outra cidade. Nosso pequeno amigo não gosta da ideia e se junta a sua turma para tentar evitar a viagem.

A lógica deles é inegável. O pai está pegando o novo trampo para ganhar mais dinheiro. Então para evitar a viagem, basta encontrar um tesouro. Hora de peripécias com aquele jeitinho mágico e meigo das crianças.

HISTÓRIA X NARRATIVA

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Como você pode perceber, a história é bem básica. Isso de “algo vai mudar e as crianças querem impedir” é uma das histórias mais contadas em obras voltadas para crianças. O Tesouro do Pequeno Nicolau não faz nada com isso que seja inédito ou mesmo incomum.

O que torna o filme especial é justamente o fato de que ele envolve apenas crianças sendo crianças. Com suas fantasias, medos e inseguranças. Não há vilões, não há perigo. É apenas um slice of life de crianças dos anos 1960.

Você pode até pensar que o fato de se passar na época de outrora torna impossível se identificar. Afinal, há coisas aqui que, para nós, com mentalidade do século XXII, soam estranhas. A mãe que trabalha em casa enquanto o pai trabalha fora, cada um com funções bem definidas na família. Escolas separadas para meninos e meninas.

Porém, a sociedade pode mudar, mas crianças sempre serão crianças. O Pequeno Nicolau cresceu nos anos 60. Eu cresci nos 80. Minha filhinha cresce em 2020. Mas todos somos parecidos. Eu me lembro de como era ser criança, e vejo minha filha passando por dramas e alegrias parecidos. Que tenho certeza que também estiveram presentes na vida dos meus pais e avós.

O TESOURO ESTAVA COM A GENTE O TEMPO TODO

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Na verdade, como filme, eu diria que O Tesouro do Pequeno Nicolau não é tão legal quanto os dois anteriores. Aqueles brincavam mais com a imaginação do Nicolau e tinham histórias mais interessantes. Mas quando o conceito é bom, a obra ainda vale a pena. E René Goscinny demonstrou sua genialidade ao criar estes personagens.

Admito, em alguns momentos eu fiquei um tanto entediado pela historinha batida. Mas o final é tão bonito e tão bem escrito que quase me tirou uma lágrima, e fez com que saísse do cinema satisfeito. Minha filhinha, que estava junto, também quis escrever uma resenha. Ela ainda não sabe escrever, mas me ditou tudo que queria falar, transcrito integralmente nas linhas abaixo.

CRÍTICA O TESOURO DO PEQUENO NICOLAU DA ÍSIS YOSHIMI SAITO CORRALES:

O filme foi muito legal.

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