Quer ter uma ideia do tipo de coisa que ocupa alguns gigas no meu cérebro? Este filme se chama Malévola: Dona do Mal. Mas com isso a ideia é se referir a ela como a proprietária do mal? Ou apenas como uma senhora? Seja qual for a resposta, o filme não a apresenta e, desta forma, também não podemos fazê-lo em nossa crítica Malévola: Dona do Mal.

Crítica Malévola: Dona do Mal, Crítica Malévola 2, Angelina Jolie, DelfosCRÍTICA MALÉVOLA: DONA DO MAL

Meu interesse neste filme era mínimo. Até o fechamento desta resenha, eu não tinha assistido ao anterior e sequer tinha vontade. A simples existência de uma continuação me surpreendeu. Nem a Joanna, que escreveu a nossa crítica, curtiu muito. Aliás, acho que você deveria clicar no link e ler o texto da moça, que está excelente. Aproveite e faça comentários tentando convencê-la a voltar a escrever, porque aparentemente meus poderes de persuasão andam fracos. Ela nem anda acreditando que estes não são os droides que ela procura.

Malévola: Dona do Mal começa com a ex-vilã totalmente reformada. Aurora, sua afilhada, também conhecida como Bela Adormecida, acaba de ser pedida em casamento, para o desespero da madrinha. Sabe quem também não curtiu a ideia? A mãe do noivo (Michelle Pfeiffer). Acontece que a união dos pombinhos tem um efeito político.

Aurora é a rainha dos moors (as criaturas mágicas da floresta, sem nenhuma relação além do nome com os mouros da vida real). Philip, o príncipe encantado da vez, é de um reino humano. O casamento significa a aurora (rá) de uma nova era de paz para os dois povos. E isso é algo que a ex-Mulher Gato não pode aceitar.

UMA GRANDE SURPRESA

Sabe o que realmente me surpreendeu? O quanto eu gostei do filme. Eu sinceramente esperava uma bomba, e ele está longe, muito longe disso. Trata-se, na verdade, de um bom e bastante épico filme de fantasia, com um visual impressionante.

Crítica Malévola: Dona do Mal, Crítica Malévola 2, Angelina Jolie, Delfos

A começar pela própria Malévola. Como falei antes, eu não assisti ao anterior, então esta foi a primeira vez que vi a Angelina Jolie no papel, tirando, claro, as fotos de divulgação. E, meu amigo, ela nasceu para o papel. Claro que há um grande e excelente trabalho de maquiagem e de figurino, mas o rosto exótico da atriz encaixou muito bem na personagem, mais ou menos como aconteceu com Ron Perlman como o Hellboy. Ela ficou imponente e poderosa, realmente uma figura que comanda respeito.

É uma pena que ela apareça tão pouco. O filme leva seu nome, afinal de contas, mas lá pela metade, ela parece simplesmente sumir da história. O foco é mesmo na tensão político entre os humanos e os moors, especialmente as fadas escuras, a raça da Malévola (estas criaturas foram traduzidas nas legendas como “seres das trevas”, mas se você já jogou RPG sabe que algo ter dark na frente não significa que ele é mau).

O resto do visual do filme é igualmente marcante. Em qualquer segundo do filme, ele parece ter sido caríssimo. Tudo tem um nível de detalhes absurdamente elaborado. Tanto os efeitos em CG quanto os práticos funcionam muito bem e a impressão que dá é que realmente filmaram fadinhas de verdade.

As fadas escuras, em especial, roubam o filme, com um visual tão belo quanto o da Malévola, e igualmente elaborado, embora usem consideravelmente menos roupas.

A HEROÍNA MALÉVOLA

Aliás, eu não sei quão má a Malévola realmente era no filme anterior, mas aqui ela não é nem um pouco má. Desde o início, mesmo tendo reservas em relação ao casamento da afilhada, ela se esforça para socializar com a família do príncipe. Não há dúvidas em nenhum momento que a vilã da coisa toda é mesmo a rainha.

Crítica Malévola: Dona do Mal, Crítica Malévola 2, Angelina Jolie, Delfos
Ela até sorri.

Eu sinceramente não sei se me surpreendi mais com o fato de ter gostado do filme ou com ele ser uma história épica de fantasia, sem absolutamente nada a ver com o romance açucarado da Bela Adormecida original.

De qualquer forma, saí do cinema satisfeito. E digo mais, dado o visual belíssimo, este é o tipo de filme que vale ser visto na tela grande.