Crítica Invasão ao Serviço Secreto: a sequência da sequência

A série de filmes “Invasão a alguma coisa” não é especialmente marcante. Ainda assim, minha memória me conta que eu me diverti um bocado nos anteriores (preciso reler minhas críticas para ter certeza se este é o caso). Sim, é verdade que eu fiquei surpreso quando soube que fariam um segundo, e mais ainda sabendo deste terceiro. Mas estava relativamente empolgado para assisti-lo, esperando que Invasão ao Serviço Secreto se mostrasse um divertido filme de ação.

CRÍTICA INVASÃO AO SERVIÇO SECRETO

E os problemas já começam no título. Invasão à Casa Branca e Invasão a Londres fazem sentido. Afinal, são lugares. O Serviço Secreto, caso você não saiba, é o grupo de guarda-costas do presidente, onde trabalha o herói Mike Banning (Gerard Butler). Assim, ele pode ser atacado, distraído, mas não invadido.

Semântica à parte, o título é bastante didático e representativo da coisa toda. Durante um passeio de pescaria, o presidente dos EUA (Morgan Freeman, demovido do cargo de Deus) sofre um violento ataque de um enxame de drones. Todos os agentes do Serviço Secreto são assassinados e o líder fica em coma. Apenas o bom e velho Gerardo sobrevive. Isso faz com que ele seja o principal suspeito pelo ataque.

Quantas vezes você já viu este filme? O herói é o suspeito, e deve provar sua inocência? Arrisco dez vezes. Este parece ser o roteiro padrão quando Hollywood quer fazer um filme de ação e está sem ideias.

E tudo aqui é igualmente requentado. Por exemplo, quando somos apresentados aos personagens, imediatamente falei: este aí é o vilão. Isso foi antes mesmo do ataque acontecer, e eu não tinha nenhum motivo para desconfiar dele além da minha experiência como fã de cinema, que já percebeu que alguém naquela posição é SEMPRE o vilão. Quarenta minutos depois, minha aposta foi confirmada.

Este é apenas um dos muitos exemplos que eu poderia dar aqui de o quanto Invasão ao Serviço Secreto é repetido. Tipo, eu poderia dizer que ele parece um remake de um filme antigo. Mas a verdade é que ele é tão carente de novidades que sequer parece um remake – está mais para uma simples remasterização.

CONTRA – O FILME

E daí você pode dizer: “Corralito, filme de ação não precisa de história“. E sim, eu até concordo com isso. Porém, mesmo uma ação descerebrada precisa de algum cérebro, alguma criatividade. Quer mais um exemplo da falta de criatividade? Quando o bicho pega, sabe para quem Gerardo vai pedir ajuda? Para o seu pai, que o abandonou quando criança e com quem não falava há décadas. Olha que óbvio! E ainda colocaram isso até no trailer.

Pode parecer que estou sendo um tanto crítico, e de fato estou. Mas a verdade é que Invasão ao Serviço Secreto não é um filme chato. Ele até diverte. Tem uma cena que rola uma pá de explosões enormes, e isso é sempre legal.

Porém, provavelmente está passando um filme igualzinho a este na sua televisão agora mesmo. Então por que você pagaria um ingresso de cinema para vê-lo? Caramba, eu não paguei, e mesmo assim preferia ter ficado em casa.

E é bem por aí. Invasão ao Serviço Secreto é um filminho perfeitamente assistível, mas funciona bem melhor para ver em casa. Simplesmente não vale a pena sair do lar doce lar para ver de novo algo que você já viu uma dúzia de vezes. Reparou que eu aumentei em dois desde o início do texto? É porque imagino que no tempo que levei para escrever este texto, você viu mais dois filmes assim.

CURIOSIDADE:

Depois de escrever, fui colocar o pôster na resenha e vi a chamadinha: “Agora é pessoal”. Até isso é extremamente batido. A turma simplesmente não dá fucks para a criatividade.